Que bom que você está aqui!

É com prazer que te recebo neste espaço! Esta "casa" virtual está em permanente construção e em cada "cômodo" há uma inquietante necessidade de fazer diferente! Meus textos, relatos e imagens buscam apresentar a você os passos que constituem minha caminhada pessoal, profissional e acadêmica. A partilha que faço não intui caracterizar-se por uma postura doutrinária, autoritária ou impositiva-opressora, mas ao contrário, apresenta-se como ato solidário (jamais solitário) de contribuição à discussões humanas, planetárias e éticas!



Como educador me vejo no compromisso de participar do processo histórico de libertação dos oprimidos, marginalizados e esquecidos, a começar por mim. Despindo-me de qualquer resquício de arrogância, prepotência e soberba apresento-me como aprendente num contexto de intensa renovação de conceitos e atitudes!



Assim convido-o a juntos pensarmos em nossa condição de partícipes da grande Salvação! Salvação plena do homem e da mulher místicos, políticos e planetários!



Fraterno abraço!








Casa Rosada - sede do governo argentino. Em frente está a Praça de Maio. É um local em que é possível conhecer um pouco da história e da cultura argentina.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Professor: o missionário e o profissional

Reconhecer a importância da professora e do professor na vida, na profissão e até mesmo na formação do caráter de uma pessoa não é novidade. Este reconhecimento envaidece a quem está na profissão e certamente serve de motivação para que outros a sigam. Curiosamente esta motivação é o centro das atenções de uma propaganda oficial, na qual a profissão docente é enaltecida como base de construção da sociedade em diversas partes do mundo. O mais curioso é que isto representa, segundo a referida propaganda, a única razão para que alguém opte pela profissão, busque formação e transforme seu trabalho em missão, vocação.

Este caráter missionário assume uma intensidade incomparável transformando o professor em psicólogo, dentista, médico, palhaço, pai, mãe, tio e tia de todas as crianças e adolescentes. O mais grave de tudo isso é que grande parte dos professores consideram isso normal e se dizem orgulhosos por isso. A gravidade não está na idéia de que o professor participe ativamente da vida da criança e se transforme numa referência para ela, mas que se veja apenas como um missionário, um parente e que portanto, não possa exigir o devido respeito a sua profissão.

Paulo Freire em sua obra Professora si, tia não: cartas a quem ousa ensinar (1997) lembra que “a tarefa de ensinar é uma tarefa profissional que, no entanto, exige amorosidade, criatividade, competência científica mas recusa a estreiteza cientificista, que exige a capacidade de brigar pela liberdade sem a qual a própria tarefa fenece”. Esta amorosidade não representa uma substituição direta de outras fontes de amor à criança, tornado condenável a postura da escola como substituta da família. Há diferenças imensas entre escola e família, professora e tia, educação e missão e estas diferenças precisam ficar claras. Afinal família não faz greve, tia não precisa de salário e missão se torna mais nobre à medida que exige sacrifício e desprendimento.

Ser professora e professor exige conhecimento científico para dar sustento a sua credibilidade e confiança junto aos alunos, que esperam no professor, não os afagos condescendentes do tio e da tia, mas a amorosidade transformadora de um profissional competente. Exige profissionalismo sincero que não engane a criança aprovando-a como atitude caridosa e piedosa, mas que a faça crescer e superar suas dificuldades, tristezas e dores pela inserção meritosa na sociedade do conhecimento.

Outra perigosa tendência é a de transformar a instituição escolar num depósito de pessoas (criança e adolescentes) dada a diluição da família como ente formador de seres humanos e da postura missionária que se tenta agregar a profissão docente. Há quem diga que o fato de uma pessoa gostar de crianças é o suficiente para exercer o magistério. Não há dúvidas que para ser professora ou professor é preciso gostar de pessoas, comprometer-se com elas, construir uma relação de respeito e confiança amorosa com elas. Ao assumir a função missionária, a professora e o professor rompem este compromisso e transformam sua profissão num sacrifício, quase num martírio.

Exercer a profissão docente é por isso, um ato ético e político, para o qual é necessária intensa responsabilidade, preparo científico e prazer em ensinar. Com seriedade e intensa luta contra as injustiças consolida-se não como a mais importante das profissões, mas como profissão fundamental. Se tornará ainda mais fundamental quando estiver presente entre todas as crianças de todas as classes sociais ensinando a combater a fome, a miséria, a violência e o preconceito.

Não cabe à professora e ao professor dar comida, casa, roupa e segurança aos seus alunos, mas é seu dever ensinar-lhe a lutar por tudo isso, através de conhecimentos significativos e verdadeiramente compreendidos. O profissionalismo da professora e do professor consolida-se quando ocorre a apreensão desta luta e faz de cada criança e adolescente um cidadão lutador, inconformado, impaciente, corajoso, ousado, humilde e crítico. Consolida-se ainda mais intensamente quando a professora e o professor transformam-se em cidadãos lutadores, inconformados, impacientes, corajosos, ousados, humildes e críticos. Assim será ainda mais significativo celebrar o dia da professora e do professor.


Texto Publicado no Jornal do Médio Vale em 06.11.09

Quem sou eu

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Benedito Novo, Santa Catarina, Brazil
Sou Mestre em educação, graduado em Biologia e Matemática, professor da rede estadual de Santa Catarina, com experiência em educação a distância, ensino superior e pós-gradução. Sou autor e tutor de cursos na área da educação no Instituto Veritas (Ascurra) e na Atena Cursos (Timbó). Também tenho escrito constantemente para a Coluna "Artigo do Leitor" do "Jornal do Médio Vale" e para a revista eletrônica "Gestão Universitária". Fui diretor da EEB Frei Lucínio Korte (2003-2004) e secretário municipal da Educação e Promoção Social de Doutor Pedrinho (2005). Já atuei na rede municipal de ensino de Timbó. Em 2004 coordenei a campanha que conduziu à eleição do Prefeito Ercides Giacomozzi (PMDB) à prefeitura de Doutor Pedrinho. Em 2011 assumi pela segunda vez, a direção da EEB Frei Lucínio Korte.