Que bom que você está aqui!

É com prazer que te recebo neste espaço! Esta "casa" virtual está em permanente construção e em cada "cômodo" há uma inquietante necessidade de fazer diferente! Meus textos, relatos e imagens buscam apresentar a você os passos que constituem minha caminhada pessoal, profissional e acadêmica. A partilha que faço não intui caracterizar-se por uma postura doutrinária, autoritária ou impositiva-opressora, mas ao contrário, apresenta-se como ato solidário (jamais solitário) de contribuição à discussões humanas, planetárias e éticas!



Como educador me vejo no compromisso de participar do processo histórico de libertação dos oprimidos, marginalizados e esquecidos, a começar por mim. Despindo-me de qualquer resquício de arrogância, prepotência e soberba apresento-me como aprendente num contexto de intensa renovação de conceitos e atitudes!



Assim convido-o a juntos pensarmos em nossa condição de partícipes da grande Salvação! Salvação plena do homem e da mulher místicos, políticos e planetários!



Fraterno abraço!








Casa Rosada - sede do governo argentino. Em frente está a Praça de Maio. É um local em que é possível conhecer um pouco da história e da cultura argentina.

domingo, 11 de março de 2012

As cicatrizes da Revolução: de Jango à comissão da Verdade

Um dos deveres intransferíveis da educação é formar a consciência (capacidade crítico-reflexiva) e a sensibilidade (capacidade de intervir) da população em relação a sua própria memória. Assim um dos episódios mais cruéis da história contemporânea do Brasil, a Revolução de 1964, que é descrito como passo natural para a nação,dadas as condições da época precisa ser recontado. Segundo as versões didáticas, vivia-se num tempo de instabilidade, de um governo fragilizado, comandado por um presidente fraco, com tendências comunistas e de competência duvidosa, o que justifica o uso da força e da repressão para restabelecer a ordem. Além disso, passados 47 anos da Revolução de 1964, que na realidade se caracterizou por um golpe de Estado na mais crua acepção do termo, o Brasil ainda discute se deve ou não revelar a verdade sobre o que aconteceu em 21 anos de Regime. A criação da chamada comissão da verdade tem gerado discussões polêmicas em torno dos seus propósitos e resultados. O fato é que após décadas do fim do Regime, há ainda dúvidas, dores e cicatrizes que não permitem esquecer um dos períodos mais tristes e traumáticos da história recente do Brasil. O que se percebe é que além da crueldade dos fatos há também a da forma como estes foram descritos. Personagens são lançados ao esquecimento ou ainda são descritos de forma absurdamente destorcida, beirando ao crime. Um destes personagens é o então presidente João Belchior Marque Goulart (Jango), visto como um político fraco, submisso e até incapaz por alguns autores, que inclusive o responsabilizam pelo ocorrido e por suas conseqüências. O desrespeito à sua memória o transformou em personagem condenado a marginalidade histórica expondo-o a ridicularização por ter sido um pacifista e legalista. Se a nação ainda chora o sangue derramado e o horror vivido pelas vítimas da “revolução”, deve-se a Jango, a capacidade e a coragem de renunciar às próprias glórias, em nome da preservação da vida de milhares de brasileiros. Poderia, segundo a história, ele próprio ter lutado e deflagrado um golpe e sujeitado a nação a uma guerra civil, para manter-se no poder. Assim, é preciso reescrever a história para que se chegue o mais próximo possível à VERDADE. Assim como Jango, aos poucos desaparecem da história brasileira, personagens colossais, como Miguel Arraes, Leonel Brizola, Dom Paulo Evaristo Arns sem contar com milhares de outros anônimos que de fato construíram o que hoje chamamos de “redemocratização”. Alguns destes anônimos sacrificaram suas vidas, expuseram-se à humilhações, foram submetidos à torturas de toda sorte. Não é justo esquecê-los, simplesmente ignorá-los ou ainda macular sua memória considerando-os simples subversivos. Diante disto, ao criar a comissão da verdade, a atual geração está apenas restaurando parte da dignidade das vítimas de um período que envergonha a todos que acreditam no inviolável direito à vida. É um inegável momento histórico, que não pode passar despercebido sob pena, de enterrarmos, além das vítimas, a história e a dignidade do povo brasileiro. Educar é também reescrever a história para que ela não repita seus horrores, para que os seres humanos possam lançar-se ao desafio de recomeçar de um jeito diferente. Educar é também honrar a memória de quem “não temeu a própria morte” diante da perspectiva de entregar às futuras gerações, uma “pátria mãe mais gentil”.

Quem sou eu

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Benedito Novo, Santa Catarina, Brazil
Sou Mestre em educação, graduado em Biologia e Matemática, professor da rede estadual de Santa Catarina, com experiência em educação a distância, ensino superior e pós-gradução. Sou autor e tutor de cursos na área da educação no Instituto Veritas (Ascurra) e na Atena Cursos (Timbó). Também tenho escrito constantemente para a Coluna "Artigo do Leitor" do "Jornal do Médio Vale" e para a revista eletrônica "Gestão Universitária". Fui diretor da EEB Frei Lucínio Korte (2003-2004) e secretário municipal da Educação e Promoção Social de Doutor Pedrinho (2005). Já atuei na rede municipal de ensino de Timbó. Em 2004 coordenei a campanha que conduziu à eleição do Prefeito Ercides Giacomozzi (PMDB) à prefeitura de Doutor Pedrinho. Em 2011 assumi pela segunda vez, a direção da EEB Frei Lucínio Korte.