Que bom que você está aqui!

É com prazer que te recebo neste espaço! Esta "casa" virtual está em permanente construção e em cada "cômodo" há uma inquietante necessidade de fazer diferente! Meus textos, relatos e imagens buscam apresentar a você os passos que constituem minha caminhada pessoal, profissional e acadêmica. A partilha que faço não intui caracterizar-se por uma postura doutrinária, autoritária ou impositiva-opressora, mas ao contrário, apresenta-se como ato solidário (jamais solitário) de contribuição à discussões humanas, planetárias e éticas!



Como educador me vejo no compromisso de participar do processo histórico de libertação dos oprimidos, marginalizados e esquecidos, a começar por mim. Despindo-me de qualquer resquício de arrogância, prepotência e soberba apresento-me como aprendente num contexto de intensa renovação de conceitos e atitudes!



Assim convido-o a juntos pensarmos em nossa condição de partícipes da grande Salvação! Salvação plena do homem e da mulher místicos, políticos e planetários!



Fraterno abraço!








Casa Rosada - sede do governo argentino. Em frente está a Praça de Maio. É um local em que é possível conhecer um pouco da história e da cultura argentina.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Escola tradicional e equívocos pós-modernos

A palavra tradição, de acordo com sua aplicação, pode suscitar variadas interpretações podendo gerar preconceitos e compreensões distorcidas. Quanto se aplica à questões culturais pode ser vista como algo positiva, como uma forma de preservar valores, costumes e práticas históricas . Entretanto, em educação, a tradição é vista com restrições. Normalmente está associada a práticas arcaicas, excludentes e pouco atrativas. Mas afinal qual a verdadeira face da tradição e do tradicional no contexto escolar? Esta certamente não é uma resposta simples ou que possa ser aplicada a qualquer instituição escolar. O que se pode perceber é que determinadas tendências foram incorporadas ao conceito de escola tradicional, como é o caso do tecnicismo e não se promoveu grandes discussões em torno de sua complexidade. Graças a teorias emergentes partiu-se para o que muitos chamam de pós-moderno e estabeleceu-se uma série de paradigmas: conteúdos não são mais fundamentais; conceitos devem ser discutidos, selecionados e construídos de acordo com o interesse do aluno; o educador aprende com seus alunos; a família pode e deve partilhar do processo pedagógico. Tudo isto obviamente não é ruim, ao contrário, representa um salto qualitativo de grande relevância e impacto. O grande equívoco foram os extremismos. Assim, para muitos educadores, gestores e instituições, os conteúdos e principalmente os conceitos foram simplesmente ignorados com o pretexto de que em qualquer mídia, por exemplo, é possível encontrá-los. De fato, as mídias disseminam informações e dados, que por sua vez são apresentados de forma parcial e frequentemente controlados. Em relação aos conceitos, estes devem realmente ser amplamente discutidos, porém de forma competente e comprometida. São os educadores os profissionais adequados e preparados para coordenar esta discussão, incorporando-se a ela e não servindo apenas de mediador. Ao educando é preciso garantir o espaço de manifestar seus interesses e necessidades para que o processo educativo seja visto como de efetiva significância para a sua vida. Porém algo merece atenção especial neste momento: a participação da família no processo educativo. Como diz a constituição federal, a educação é um dever do Estado e da Família, portanto, sua participação é indispensável e insubstituível, visto que é nela que o sujeito passa a relacionar-se com o mundo. Não há avanço moderno ou pós-moderno que poderá suprimir a função familiar no processo de formação das pessoas. Assim, discursos e teorias que tratam da necessidade de superar concepções tradicionais por outras pós-modernas, é preciso ter o cuidado para não comprometer valores que possam garantir o sucesso de todo um processo. Educar é também servir-se de valores e princípios, tradicionais ou não, que imponham segurança e significação ao que se está propondo. Assim tradição e inovação podem e devem caminhar juntas também no processo educativo, tornando-o dinâmico e sempre mais vivo.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Pelo respeito a desigualdade na escola pública

A desigualdade é sempre um sério problema no contexto humano e social e algo absolutamente condenável do ponto de vista ético. Todos devem ter garantido o acesso aos mesmos direitos numa sociedade que queira ser justa. Se houver um privilégio e, por conseguinte, privilegiado ela deixará de ser justa e ética. Porém há igualdades que são tão cruéis e anti-éticas quanto o seu oposto. Imaginar que todos os seres humanos aprendem da mesma forma ou que queiram aprender a mesma coisa é algo brutal e desumano e tem condenado vidas à ignorância e a exclusão. Se num aspecto é preciso garantir igualdade de oportunidades por outro é preciso garantir a diversidade de caminhos e valores. Diferenças econômicas, étnicas, religiosas, por exemplo não podem justificar a exclusão de ninguém de qualquer processo educativo, porém a liberdade de pensamento, valores individuais e habilidades não podem ser tolhidos em nome da dita igualdade. Assim a escola, especialmente a pública, tem sido um espaço em que os desiguais se apresentam de forma mais evidente e menos velada. Nela estão crianças e adolescentes provenientes dos mais variados universos, com perspectivas, esperanças, frustrações, sonhos, traumas e expectativas. Não há como imaginar enquadrar a todos num padrão pedagógico ou numa postura educacional determinada por decretos, por exemplo. Há na escola pública um grande desafio e um grande valor. O desafio de garantir o respeito a esta desigualdade e a diversidade como valor. Se as diferenças entre as pessoas que nela se encontram forem vistas como um caminho para compreender que cada ser humano precisa construir seu caminho e sua história a partir de sua experiência planetária, então será possível fazer da educação um campo de construção e respeito às diferenças. Assim, diariamente observamos relatos de educadores surpreendidos por uma criança ou adolescente que realizou algo inesperado. Justamente por que estabeleceu-se um “limite esperado” como se não fosse possível transcender. Eis um alerta necessário: os educadores, que são os grandes fomentadores da discussão dos conceitos científicos historicamente elaborados, deveriam saber que a ciência se constrói a partir do inesperado. Afinal se tudo o que fazemos devesse obedecer regras “esperadas” estaríamos a milênios, repetindo os mesmos conceitos e os mesmos erros. Neste sentido é preciso ponderar que os próprios educadores provém de um sistema de formação que lhes impôs a igualdade (padrão) como regra para o sucesso. Esta ruptura pessoal e depois profissional é um verdadeiro parto em que o invólucro de certezas se rompe e o sujeito é surpreendido por fenômenos nunca experimentados. Para o educador que se vê como infalível, auto-suficiente e por isso arrogante, a sensibilização para uma revisão de posturas, a procura por novos saberes e o respeito ao pensamento divergente são exercícios extremamente sacrificantes. Não se trata de aprender conceitos científicos com seus alunos, mas de aprender a compreender a diferença, a diversidade e a capacidade que cada criança e adolescente tem de se fazer parte do mundo. Quanto ao domínio do saber cientifico, este é uma prerrogativa para que o educador possa se fazer perceber como profissional. Portanto, promover a desigualdade neste sentido, significa manter viva a esperança de que ainda temos muito a construir, a descobrir e a inventar. Tirar essa possibilidade é condenar os seres humanos a nulidade, excluí-los da vida. É negar a capacidade de (trans)formação que a história testemunhou em milhares de anos. Publicada na edição de 11 de abril de 2012, do Jornal do Médio Vale (p. 17)

Quem sou eu

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Benedito Novo, Santa Catarina, Brazil
Sou Mestre em educação, graduado em Biologia e Matemática, professor da rede estadual de Santa Catarina, com experiência em educação a distância, ensino superior e pós-gradução. Sou autor e tutor de cursos na área da educação no Instituto Veritas (Ascurra) e na Atena Cursos (Timbó). Também tenho escrito constantemente para a Coluna "Artigo do Leitor" do "Jornal do Médio Vale" e para a revista eletrônica "Gestão Universitária". Fui diretor da EEB Frei Lucínio Korte (2003-2004) e secretário municipal da Educação e Promoção Social de Doutor Pedrinho (2005). Já atuei na rede municipal de ensino de Timbó. Em 2004 coordenei a campanha que conduziu à eleição do Prefeito Ercides Giacomozzi (PMDB) à prefeitura de Doutor Pedrinho. Em 2011 assumi pela segunda vez, a direção da EEB Frei Lucínio Korte.