Caro leitor, prezada leitora! Longe de pretender igualar animais, plantas e crianças, partimos do pressuposto que os três iniciam sua trajetória de convívio com humanos através do adestramento, cultivo e educação. É assim que os adultos procedem ao mesmo tempo em que ensinam aos pequenos que animais devem ser adestrados, plantas cultivadas e crianças educadas. Até aí não há problema! É deste jeito que aprendemos e ensinamos a ser gente!
O grande problema se dá quando os procedimentos se invertem. Imagine com seria o adestramento de crianças! Todas são ensinadas a fazer as mesmas coisas, ao mesmo tempo, respeitando comandos rígidos sem mesmo saber por quê. Crianças ensinadas a obedecer e se não obedecer, castigo! Se obedecer é premiada com “comidinhas”. O adestramento, felizmente, já prefere ao estímulo diante do acerto, ao castigo diante do erro. A criança já faz mais pela recompensa do que pelo medo do castigo.
Noutra perspectiva, imagine o cultivo de crianças. Todas plantadas distantes umas das outras, para que cresçam sem se tocar, crescendo robustas e o mais rapidamente possível, para ser abatidas. As que não crescem com o mesmo vigor, são sumariamente eliminadas pois não terão chance de disputar com “as grandes”. As copas destas árvores serão muito parecidas e suas sombras também, assim com seus odores e suas flores. Verdadeiros exércitos imóveis aguardando a oportunidade de tombar.
Mas felizmente crianças existem para ser educadas. Educadas para contribuir com suas qualidades e habilidades e receber àquilo que é necessário para viver e para que os outros também possam viver. Educadas para perceber sua existência como um compromisso de cuidado com o planeta, com os animais e com as plantas. Enfim educadas para serem felizes.
Assim não se admite mais que seres humanos pensem de acordo com as ordens que recebem esperando recompensas e temendo castigos. As “comidinhas” não podem ser suficientes para saciar os famintos por dignidade e felicidade. Muito menos as “migalhas” que costumam sobrar nos grandes banquetes dos arrogantes e prepotentes. Seria um espetáculo desesperador, tanto quanto ver animais humilhados participando de “espetáculos” circenses.
Não se admite também enfileirar milhares de criaturas enrijecidas aguardando ordens e esperando um lugar para, abatidas, descansar em paz. Crianças com a mesma expressão, uniformizadas, produzindo as mesmas coisas e outras apequenadas e sufocadas pelas “grandes”. Cultivadas para fornecer como seus frutos, as diferentes habilidades para o trabalho em grande abundância.
Mas como não se pretende comparar crianças, a animais e a árvores, a educação vem de distanciando do adestramento e do cultivo, embora seja necessário dizer que com certa resistência. Não se está propondo que seres humanos sejam abandonados a própria sorte, sem limites, regras de convivência e responsabilidades. Ao contrário, para conviver e aceitar a sua individualidade e a dos outros cada ser humano necessita conhecer seus limites e a maneira mais adequada possível de conviver, além de assumir responsavelmente as conseqüências de seus atos. Isto é educar.
Limites, regras de convivência e responsabilidades, precisam ser compreendidos a assumidos como forma de garantir dignidade e respeito para todos. Não serão obstáculos, mas alicerces que consolidam a caminhada de cada ser humano neste planeta. Precisamos de crianças que cumpram menos ordens e saibam assumir compromissos. Ordens são de efeito imediato e curto, compromissos são de efeito a longo prazo, por toda a vida. Se uma criança é proibida de jogar lixo na rua pode até cumprir esta ordem enquanto estiver sendo vigiada. Se for convencida de que o lixo lançado na rua pode causar tragédias ambientais e humanas, é provável que adote o hábito de não sujar em qualquer circunstância.
Definitivamente crianças, são crianças. Precisam e merecem ser tratadas como crianças. Elas serão adultas no futuro, mas não são necessariamente o futuro. São o presente, o aqui e o agora.
A consciência do mundo, que viabiliza a consciência de mim, inviabiliza a imutabilidade do mundo. "Paulo Freire"
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É com prazer que te recebo neste espaço! Esta "casa" virtual está em permanente construção e em cada "cômodo" há uma inquietante necessidade de fazer diferente! Meus textos, relatos e imagens buscam apresentar a você os passos que constituem minha caminhada pessoal, profissional e acadêmica. A partilha que faço não intui caracterizar-se por uma postura doutrinária, autoritária ou impositiva-opressora, mas ao contrário, apresenta-se como ato solidário (jamais solitário) de contribuição à discussões humanas, planetárias e éticas!
Como educador me vejo no compromisso de participar do processo histórico de libertação dos oprimidos, marginalizados e esquecidos, a começar por mim. Despindo-me de qualquer resquício de arrogância, prepotência e soberba apresento-me como aprendente num contexto de intensa renovação de conceitos e atitudes!
Assim convido-o a juntos pensarmos em nossa condição de partícipes da grande Salvação! Salvação plena do homem e da mulher místicos, políticos e planetários!
Fraterno abraço!
Como educador me vejo no compromisso de participar do processo histórico de libertação dos oprimidos, marginalizados e esquecidos, a começar por mim. Despindo-me de qualquer resquício de arrogância, prepotência e soberba apresento-me como aprendente num contexto de intensa renovação de conceitos e atitudes!
Assim convido-o a juntos pensarmos em nossa condição de partícipes da grande Salvação! Salvação plena do homem e da mulher místicos, políticos e planetários!
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Quem sou eu
- Nilton Bruno Tomelin
- Benedito Novo, Santa Catarina, Brazil
- Sou Mestre em educação, graduado em Biologia e Matemática, professor da rede estadual de Santa Catarina, com experiência em educação a distância, ensino superior e pós-gradução. Sou autor e tutor de cursos na área da educação no Instituto Veritas (Ascurra) e na Atena Cursos (Timbó). Também tenho escrito constantemente para a Coluna "Artigo do Leitor" do "Jornal do Médio Vale" e para a revista eletrônica "Gestão Universitária". Fui diretor da EEB Frei Lucínio Korte (2003-2004) e secretário municipal da Educação e Promoção Social de Doutor Pedrinho (2005). Já atuei na rede municipal de ensino de Timbó. Em 2004 coordenei a campanha que conduziu à eleição do Prefeito Ercides Giacomozzi (PMDB) à prefeitura de Doutor Pedrinho. Em 2011 assumi pela segunda vez, a direção da EEB Frei Lucínio Korte.
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