Há quem diga que se nossos avós, bisavós ou cidadãos medievais pudessem retornar à vida em pleno século XXI, um dos ambientes nos quais iria visualizar sua própria história seria a escola. Isto por que o formato, as cores e a arquitetura se repete ao longo dos séculos. Certamente isto não é de todo falso, mas o que deveria merecer preocupação é que não são apenas as estruturas físicas que se repetem. A mentalidade de determinados educadores e gestores denota o caráter burocrático, arcaico e até medieval da escola, o que certamente a torna parecida com a freqüentada pelos nossos avós.
O que causa maior preocupação é que nos tempos de nossos avós não havia meios alternativos para “modernizar” o processo educativo e quando havia não eram acessíveis a um número significativo de instituições e educadores. Ao contrário, em tempos pós-modernos, fruto de estudos, pesquisas e de reconhecimento do caráter dialético da educação, não se admite um profissional educador praticando uma conduta burocrática e previsível. A esterilidade implementada pela burocracia não admite uma relação dialética entre educando e educador, considerando esta uma prática que poderia comprometer a autoridade do educador e da própria escola.
A burocracia consolida a estagnação e engessa o caráter inovador da educação, expurgando a prática dialética da relação entre educando e educador. O decreto de impossibilidade de diálogo auto-eco-organizativo na relação educativa impede por sua vez a dinâmica pedagógica (re)construtora de saberes e valores. Do contrário se estabelece a pedagogia do repasse e a ação meramente mediadora do educador firmando o caráter burocrático, previsível e insosso da escola medieval do século XXI.
Reflexos desta prática são inúmeros: desprazer em estar na escola, violência e intolerância nas relações interpessoais, depredação de materiais, além de total descomprometimento com processo educativo, por parte da sociedade. Na visão de muitas pessoas, inclusive autoridades, a escola passa a ser, deste modo, apenas uma alternativa à rua, onde se supõe serão resolvidos apenas problemas de delinquência e marginalidade extrema. O caráter (trans)formador, neste modelo, não é percebido, até por que esta não é exatamente uma qualidade da escola burocrática.
A questão se estabelece não é a de se determinar culpados por esta realidade, mas ao contrário, identificar cada educador e cada instituição de ensino como responsáveis por uma verdadeira revolução. Desta culminará a efetiva desburocratização da educação e a consolidação de uma pedagogia dialética, viva, imprevisível, atraente, colorida e bonita. Mesmo em prédios de características físicas e arquitetônicas medievais, mentes pós-modernas, corajosas e solidárias, podem promover indivíduos sensíveis às demandas contemporâneas.
Não basta investimento financeiro, embora necessário, se o edifício humano da escola não se auto-desafiar. Há que se reconhecer a condição humana de quem freqüenta o espaço escolar e utilizá-lo como instrumento e caminho para contemporanizar práticas educativas e relação essencialmente humanas no mais humanos dos espaços.
Publicado na edição de 27.05.10 da Revista Gestão Universitária
A consciência do mundo, que viabiliza a consciência de mim, inviabiliza a imutabilidade do mundo. "Paulo Freire"
Que bom que você está aqui!
É com prazer que te recebo neste espaço! Esta "casa" virtual está em permanente construção e em cada "cômodo" há uma inquietante necessidade de fazer diferente! Meus textos, relatos e imagens buscam apresentar a você os passos que constituem minha caminhada pessoal, profissional e acadêmica. A partilha que faço não intui caracterizar-se por uma postura doutrinária, autoritária ou impositiva-opressora, mas ao contrário, apresenta-se como ato solidário (jamais solitário) de contribuição à discussões humanas, planetárias e éticas!
Como educador me vejo no compromisso de participar do processo histórico de libertação dos oprimidos, marginalizados e esquecidos, a começar por mim. Despindo-me de qualquer resquício de arrogância, prepotência e soberba apresento-me como aprendente num contexto de intensa renovação de conceitos e atitudes!
Assim convido-o a juntos pensarmos em nossa condição de partícipes da grande Salvação! Salvação plena do homem e da mulher místicos, políticos e planetários!
Fraterno abraço!
Como educador me vejo no compromisso de participar do processo histórico de libertação dos oprimidos, marginalizados e esquecidos, a começar por mim. Despindo-me de qualquer resquício de arrogância, prepotência e soberba apresento-me como aprendente num contexto de intensa renovação de conceitos e atitudes!
Assim convido-o a juntos pensarmos em nossa condição de partícipes da grande Salvação! Salvação plena do homem e da mulher místicos, políticos e planetários!
Fraterno abraço!
segunda-feira, 31 de maio de 2010
Assinar:
Postagens (Atom)
Quem sou eu
- Nilton Bruno Tomelin
- Benedito Novo, Santa Catarina, Brazil
- Sou Mestre em educação, graduado em Biologia e Matemática, professor da rede estadual de Santa Catarina, com experiência em educação a distância, ensino superior e pós-gradução. Sou autor e tutor de cursos na área da educação no Instituto Veritas (Ascurra) e na Atena Cursos (Timbó). Também tenho escrito constantemente para a Coluna "Artigo do Leitor" do "Jornal do Médio Vale" e para a revista eletrônica "Gestão Universitária". Fui diretor da EEB Frei Lucínio Korte (2003-2004) e secretário municipal da Educação e Promoção Social de Doutor Pedrinho (2005). Já atuei na rede municipal de ensino de Timbó. Em 2004 coordenei a campanha que conduziu à eleição do Prefeito Ercides Giacomozzi (PMDB) à prefeitura de Doutor Pedrinho. Em 2011 assumi pela segunda vez, a direção da EEB Frei Lucínio Korte.
Os endereços de minhas "viagens" mais frequêntes
- Anonymus Gourmet
- Associação Brasileira das Mantenedoras do ES
- Atena Cursos
- Benedito Novo
- Biblioteca Casa Fernando Pessoa
- Biblioteca virtual mundial
- Blog BioVirtual
- CNPQ
- Comitê do Itajaí
- Congresso UNIFEBE
- Culinária Edu Guedes
- Culinária Mais Você
- Culinária Receita Minuto
- Curso Proinfo
- Câmara dos Deputados
- Diário Catarinense
- Domínio Público
- Doutor Pedrinho
- E-PROINFO
- EaD IFSC
- Ead UAB Blumenau
- EaD UAB Indaial
- EaD UFSC
- EEB Frei Lucínio Korte
- Esc. de Admin. Fazendária
- Escola do Legislativo
- Estadão
- FAPI
- Folha de São Paulo
- Formação na Escola FNDE
- Fotolog Prof Nilton
- Fritz Muller
- FUG
- FURB
- Gov Santa Catarina
- Ins Paulo Freire
- Instituto Da Vinci
- Irmãos Frainer
- Jornal de SC
- João Matos
- Leonardo Boff
- Museu Virtual de História da Educação
- Nilton
- O Globo
- OEI Educação
- Plataforma Freire
- PMDB de Doutor Pedrinho
- Portal do Gestor Público Estadual
- Portal do Servidor
- Professor Josimar
- Proinfo Blumenau
- Revista FACED UFBA
- Revista Gestão Universitária
- Rodeio Virtual
- Rádio FLK
- Sandra Tomelin
- Scielo
- SED SC
- Senado Federal
- Slideshare
- Tiago Krieser
- Transparência
- UFPR
- UFSC
- UNIFEBE
- UNIVALI
- Veja
- Veritas