Que bom que você está aqui!

É com prazer que te recebo neste espaço! Esta "casa" virtual está em permanente construção e em cada "cômodo" há uma inquietante necessidade de fazer diferente! Meus textos, relatos e imagens buscam apresentar a você os passos que constituem minha caminhada pessoal, profissional e acadêmica. A partilha que faço não intui caracterizar-se por uma postura doutrinária, autoritária ou impositiva-opressora, mas ao contrário, apresenta-se como ato solidário (jamais solitário) de contribuição à discussões humanas, planetárias e éticas!



Como educador me vejo no compromisso de participar do processo histórico de libertação dos oprimidos, marginalizados e esquecidos, a começar por mim. Despindo-me de qualquer resquício de arrogância, prepotência e soberba apresento-me como aprendente num contexto de intensa renovação de conceitos e atitudes!



Assim convido-o a juntos pensarmos em nossa condição de partícipes da grande Salvação! Salvação plena do homem e da mulher místicos, políticos e planetários!



Fraterno abraço!








Casa Rosada - sede do governo argentino. Em frente está a Praça de Maio. É um local em que é possível conhecer um pouco da história e da cultura argentina.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Burocracia e pedagogia na escola do século XXI

Há quem diga que se nossos avós, bisavós ou cidadãos medievais pudessem retornar à vida em pleno século XXI, um dos ambientes nos quais iria visualizar sua própria história seria a escola. Isto por que o formato, as cores e a arquitetura se repete ao longo dos séculos. Certamente isto não é de todo falso, mas o que deveria merecer preocupação é que não são apenas as estruturas físicas que se repetem. A mentalidade de determinados educadores e gestores denota o caráter burocrático, arcaico e até medieval da escola, o que certamente a torna parecida com a freqüentada pelos nossos avós.

O que causa maior preocupação é que nos tempos de nossos avós não havia meios alternativos para “modernizar” o processo educativo e quando havia não eram acessíveis a um número significativo de instituições e educadores. Ao contrário, em tempos pós-modernos, fruto de estudos, pesquisas e de reconhecimento do caráter dialético da educação, não se admite um profissional educador praticando uma conduta burocrática e previsível. A esterilidade implementada pela burocracia não admite uma relação dialética entre educando e educador, considerando esta uma prática que poderia comprometer a autoridade do educador e da própria escola.

A burocracia consolida a estagnação e engessa o caráter inovador da educação, expurgando a prática dialética da relação entre educando e educador. O decreto de impossibilidade de diálogo auto-eco-organizativo na relação educativa impede por sua vez a dinâmica pedagógica (re)construtora de saberes e valores. Do contrário se estabelece a pedagogia do repasse e a ação meramente mediadora do educador firmando o caráter burocrático, previsível e insosso da escola medieval do século XXI.

Reflexos desta prática são inúmeros: desprazer em estar na escola, violência e intolerância nas relações interpessoais, depredação de materiais, além de total descomprometimento com processo educativo, por parte da sociedade. Na visão de muitas pessoas, inclusive autoridades, a escola passa a ser, deste modo, apenas uma alternativa à rua, onde se supõe serão resolvidos apenas problemas de delinquência e marginalidade extrema. O caráter (trans)formador, neste modelo, não é percebido, até por que esta não é exatamente uma qualidade da escola burocrática.

A questão se estabelece não é a de se determinar culpados por esta realidade, mas ao contrário, identificar cada educador e cada instituição de ensino como responsáveis por uma verdadeira revolução. Desta culminará a efetiva desburocratização da educação e a consolidação de uma pedagogia dialética, viva, imprevisível, atraente, colorida e bonita. Mesmo em prédios de características físicas e arquitetônicas medievais, mentes pós-modernas, corajosas e solidárias, podem promover indivíduos sensíveis às demandas contemporâneas.

Não basta investimento financeiro, embora necessário, se o edifício humano da escola não se auto-desafiar. Há que se reconhecer a condição humana de quem freqüenta o espaço escolar e utilizá-lo como instrumento e caminho para contemporanizar práticas educativas e relação essencialmente humanas no mais humanos dos espaços.

Publicado na edição de 27.05.10 da Revista Gestão Universitária

Um comentário:

Professor Josimar Tais disse...

Quem sabe, quando a Educação deixar de ser prioridade apenas nos discursos políticos e passar a ser percebida significativamente como o fator primordial para o avanço do país é que teremos maiores investimentos nessa área que é a base do crescimento de qualquer nação.

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Benedito Novo, Santa Catarina, Brazil
Sou Mestre em educação, graduado em Biologia e Matemática, professor da rede estadual de Santa Catarina, com experiência em educação a distância, ensino superior e pós-gradução. Sou autor e tutor de cursos na área da educação no Instituto Veritas (Ascurra) e na Atena Cursos (Timbó). Também tenho escrito constantemente para a Coluna "Artigo do Leitor" do "Jornal do Médio Vale" e para a revista eletrônica "Gestão Universitária". Fui diretor da EEB Frei Lucínio Korte (2003-2004) e secretário municipal da Educação e Promoção Social de Doutor Pedrinho (2005). Já atuei na rede municipal de ensino de Timbó. Em 2004 coordenei a campanha que conduziu à eleição do Prefeito Ercides Giacomozzi (PMDB) à prefeitura de Doutor Pedrinho. Em 2011 assumi pela segunda vez, a direção da EEB Frei Lucínio Korte.