Em nome da modernização de métodos e estratégias educativas, diferentes teorias e políticas públicas são articuladas. Para avaliar o real impacto destas políticas, são estabelecidas metas relacionadas ao rendimento individual e/ou coletivo dos educandos, aumento no índice de aprovação, redução dos índices de evasão, etc. Percebe-se, portanto, uma avaliação direcionada a estatísticas e métodos quantitativos. Mas há valores que transcendem aos que podem ser mensurados por estatísticas e gráficos. Ética e complexidade são valores imensuráveis por métodos quantitativos de avaliação; encontram-se e podem ser compreendidos partindo-se de análises qualitativas do processo educativo.
As discussões de valores como ética e complexidade na educação são tão diversas e complexas quanto as múltiplas formas de tentar compreende-las. Uma das discussões é a que expõe a necessidade de se discutir o que e como deve ser ensinado, para que haja um resultado efetivo na aprendizagem e na efetiva (trans)formação do educandos. Neste sentido, as mídias figuram como um recurso de grande impacto e relevância quando da percepção complexa que envolve o ato de aprender. A ato de educativo não se constitui em mera transferência de informações, mas na condução de um processo de (re)construção permanente de seres humanos.
Se ao longo de décadas, teorias buscaram a melhor maneira de assimilar e acumular saberes, hoje a demanda deposita-se sobre a necessidade de se estabelecer uma (trans)formação concreta de quem aprende, pelo saber. Em outras palavras, não se quer “cabeças bem cheias”, mas “cabeças bem feitas”. Mudanças urgem diante desta nova concepção nos diversos campos tais como: metodologias de ensino, estratégias de aprendizagem e de avaliação. As mídias poderão contribuir acumulando saberes, permitindo aos cérebros ocupar-se com aquilo que apenas o ser humano é capaz de fazer: (trans)formar-se de forma auto-eco-organizativa.
Neste sentido é preciso afirmar que a condição humana de educadores e da educandos transcende a soma de suas múltiplas características individuais e/ou coletivas, e para compreende-la há que se buscar uma percepção sensível desta multiplicidade. Para tal, é impreterível reconhecer o elevado nível de complexidade que envolve o seu desenvolvimento individual. Neste sentido as mídias, como espaço de produção, divulgação e acúmulo de saberes e conceitos são também um espaço para instigar a superação destes saberes e conceitos, através de discussões dialéticas e complexas. Temas tradicionalmente abordados em disciplinas escolares, agora poderão motivar discussões inter e transdisciplinares, possibilitando não apenas a divulgação de saberes e conceitos, mas a sua construção coletiva e comprometida.
Esta construção exige dos educadores, a compreensão de que não há saberes exclusivos, isolados em disciplinas. Ao contrário, os saberes interagem, se completam, se somam e por isso se auto-constroem. Esta interação se dá através do reconhecimento da diversidade de opiniões e saberes e do respeito as diferenças entre conceitos. Para tal exercita-se a postura ética que culmina com o convívio e aceitação das diferenças, transformando-as em instrumento de consolidação de uma nova forma de educar, comprometendo a todos na busca de um objetivo comum e coletivo. Este comprometimento consolida-se pela concepção ética de que não há saberes maiores e menores, mais e menos importantes, mas apenas diferentes, com sua, identidade, historicidade e contextualidade.
Este comprometimento nos sugere a conduta ética como parte de um processo cujos limites pouco conhecemos (por isso não afirmamos que verdadeiramente existam). A mesma ética é também instrumento inerente à formação novas cabeças, não apenas recheadas de informações, mas inconformadas, sensíveis e corajosas. Derivadas desta formação identificam-se atitudes, condutas e convicções que evidenciam seu compromisso com a (trans)formação humana estabelecendo gerações mais sensíveis e solidárias, as cabeças bem feitas. Tal conduta qualifica o ato educativo, pois além de atuar na formação de seu público, permite ao sujeito se auto-eco-organizar assumindo para si a autoria de sua própria existência.
O educador e a educadora, antes vistos como professor e professora responsáveis pela instrução formal da sociedade, agora assumem a responsabilidade de infundir hábitos sociais, de respeito ao próximo, de tolerância e aceitação da diversidade, de construção de seres humanos solidários e sensíveis. A cabeça estando menos cheia de informações e mais bem feita por sucessivas (trans)formações, estará mais atenta ao que de fato emana das necessidades dos seres humanos com os quais convive. Não se trata de diminuir o papel das mídias, mas ao contrário empreender a elas uma função de extrema importância à historicidade do saber e do conhecimento humano. Ela será co-responsável direta pela formação de seres humanos mais sensíveis em relação a sua condição.
* Texto publicado na Revista Gestão Universitária. Edição 250. (24.11.10)
** Texto publicado no site: http://www.abmeseduca.com/
A consciência do mundo, que viabiliza a consciência de mim, inviabiliza a imutabilidade do mundo. "Paulo Freire"
Que bom que você está aqui!
É com prazer que te recebo neste espaço! Esta "casa" virtual está em permanente construção e em cada "cômodo" há uma inquietante necessidade de fazer diferente! Meus textos, relatos e imagens buscam apresentar a você os passos que constituem minha caminhada pessoal, profissional e acadêmica. A partilha que faço não intui caracterizar-se por uma postura doutrinária, autoritária ou impositiva-opressora, mas ao contrário, apresenta-se como ato solidário (jamais solitário) de contribuição à discussões humanas, planetárias e éticas!
Como educador me vejo no compromisso de participar do processo histórico de libertação dos oprimidos, marginalizados e esquecidos, a começar por mim. Despindo-me de qualquer resquício de arrogância, prepotência e soberba apresento-me como aprendente num contexto de intensa renovação de conceitos e atitudes!
Assim convido-o a juntos pensarmos em nossa condição de partícipes da grande Salvação! Salvação plena do homem e da mulher místicos, políticos e planetários!
Fraterno abraço!
Como educador me vejo no compromisso de participar do processo histórico de libertação dos oprimidos, marginalizados e esquecidos, a começar por mim. Despindo-me de qualquer resquício de arrogância, prepotência e soberba apresento-me como aprendente num contexto de intensa renovação de conceitos e atitudes!
Assim convido-o a juntos pensarmos em nossa condição de partícipes da grande Salvação! Salvação plena do homem e da mulher místicos, políticos e planetários!
Fraterno abraço!
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
Diversidade, intolerância, ignorância e arrogância.
O mundo pós-moderno revela constantemente uma face perversa da humanidade: a intolerância. A intolerância se constitui na incapacidade de aceitar que nenhum ser humano é igual ao outro. O intolerante, por sua vez, revela outra face obscura do ser humano: a ignorância. Esta baseia-se na falta de conhecimento ou discernimento acerca de um determinado tema. Do intolerante ignorante poderá surgir outro sujeito: o arrogante. Mas afinal, qual relação se estabelece entre estes três termos e a diversidade? Explico.
A mídia noticia com certa freqüência fatos ligados a prática de atos de desrespeito e intolerância cometidas por pessoas ou grupos que defendem ideologias ou opiniões já condenadas pela humanidade e pela história. Movimentos nazistas espalhados pelo mundo, defendem a erradicação de certas etnias; outros perseguem adeptos a credos ou seitas religiosas; outros praticam o desrespeito a diversidade política. Há quem se dê ao papel de não saber conviver com a diferença de gostos artísticos, culinários, etc.
Em outros tempos, conviver com a diversidade religiosa, artística e política era considerada uma virtude, mas quando a humanidade percebeu que nenhum ser humano é igual ao outro, países como o Brasil, estabeleceram leis que obrigam as pessoas a conviver respeitosamente com o diferente. Leis como os estatutos da criança e do adolescente, da igualdade racial e do idoso, impõe que estes grupos sejam tratados de forma digna por toda a sociedade. Assim, o intolerante não é apenas uma pessoa de poucas virtudes, mas alguém que destoa da lei e do bom senso que regem nossa sociedade.
A intolerância aos diferentes, não surge espontaneamente. Tem como berço a ignorância absoluta de quem se recusa a perceber que o mundo não se resume a si próprio. Pessoas desprovidas de humildade e bom senso manifestam suas opiniões como sendo verdades absolutas, únicas, contra as quais não aceitam qualquer contraponto. Assim a intolerância nascida em berço esplendido de ignorância, induz a arrogância.
A ignorância, sentimento medíocre que faz o seu portador, emitir opiniões e estimular atitudes preconceituosas, gera sofrimento, dor e até morte. O deplorável papel do sujeito intolerante-ignorante-arrogante caracterizou-se, através da história, por sua violência e profundo desrespeito à vida. Graças a este tipo de sujeito, num passado recente, indígenas foram mortos, judeus massacrados e negros escravizados.
O que se observa, através de manifestações sutis pela mídia, é que ainda convivemos com pessoas incapazes de aceitar o fato de que há quem pense diferente. Ao contrário, consideram os diferentes menores, medíocres, ordinários e até ridículos. Sua arrogância revestida de preconceitos os convence de que seu exemplo representa uma esperança de salvação para o resto da humanidade.
Pregar a tolerância e o convívio respeitoso entre os diferentes não é uma virtude de poucos, mas um dever coletivo. Nenhum ser humano é menor por não pensar conforme a maioria, por pertencer a uma determinada manifestação religiosa, por ser desta ou daquela origem étnica. O que embeleza o convívio e a existência de cada ser humano são as suas peculiaridades, as suas diferenças. Celebrar a diferença e procurar fazer diferente sempre que possível é pois, um ato de humanidade e um exercício de humildade.
A mídia noticia com certa freqüência fatos ligados a prática de atos de desrespeito e intolerância cometidas por pessoas ou grupos que defendem ideologias ou opiniões já condenadas pela humanidade e pela história. Movimentos nazistas espalhados pelo mundo, defendem a erradicação de certas etnias; outros perseguem adeptos a credos ou seitas religiosas; outros praticam o desrespeito a diversidade política. Há quem se dê ao papel de não saber conviver com a diferença de gostos artísticos, culinários, etc.
Em outros tempos, conviver com a diversidade religiosa, artística e política era considerada uma virtude, mas quando a humanidade percebeu que nenhum ser humano é igual ao outro, países como o Brasil, estabeleceram leis que obrigam as pessoas a conviver respeitosamente com o diferente. Leis como os estatutos da criança e do adolescente, da igualdade racial e do idoso, impõe que estes grupos sejam tratados de forma digna por toda a sociedade. Assim, o intolerante não é apenas uma pessoa de poucas virtudes, mas alguém que destoa da lei e do bom senso que regem nossa sociedade.
A intolerância aos diferentes, não surge espontaneamente. Tem como berço a ignorância absoluta de quem se recusa a perceber que o mundo não se resume a si próprio. Pessoas desprovidas de humildade e bom senso manifestam suas opiniões como sendo verdades absolutas, únicas, contra as quais não aceitam qualquer contraponto. Assim a intolerância nascida em berço esplendido de ignorância, induz a arrogância.
A ignorância, sentimento medíocre que faz o seu portador, emitir opiniões e estimular atitudes preconceituosas, gera sofrimento, dor e até morte. O deplorável papel do sujeito intolerante-ignorante-arrogante caracterizou-se, através da história, por sua violência e profundo desrespeito à vida. Graças a este tipo de sujeito, num passado recente, indígenas foram mortos, judeus massacrados e negros escravizados.
O que se observa, através de manifestações sutis pela mídia, é que ainda convivemos com pessoas incapazes de aceitar o fato de que há quem pense diferente. Ao contrário, consideram os diferentes menores, medíocres, ordinários e até ridículos. Sua arrogância revestida de preconceitos os convence de que seu exemplo representa uma esperança de salvação para o resto da humanidade.
Pregar a tolerância e o convívio respeitoso entre os diferentes não é uma virtude de poucos, mas um dever coletivo. Nenhum ser humano é menor por não pensar conforme a maioria, por pertencer a uma determinada manifestação religiosa, por ser desta ou daquela origem étnica. O que embeleza o convívio e a existência de cada ser humano são as suas peculiaridades, as suas diferenças. Celebrar a diferença e procurar fazer diferente sempre que possível é pois, um ato de humanidade e um exercício de humildade.
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Quem sou eu
- Nilton Bruno Tomelin
- Benedito Novo, Santa Catarina, Brazil
- Sou Mestre em educação, graduado em Biologia e Matemática, professor da rede estadual de Santa Catarina, com experiência em educação a distância, ensino superior e pós-gradução. Sou autor e tutor de cursos na área da educação no Instituto Veritas (Ascurra) e na Atena Cursos (Timbó). Também tenho escrito constantemente para a Coluna "Artigo do Leitor" do "Jornal do Médio Vale" e para a revista eletrônica "Gestão Universitária". Fui diretor da EEB Frei Lucínio Korte (2003-2004) e secretário municipal da Educação e Promoção Social de Doutor Pedrinho (2005). Já atuei na rede municipal de ensino de Timbó. Em 2004 coordenei a campanha que conduziu à eleição do Prefeito Ercides Giacomozzi (PMDB) à prefeitura de Doutor Pedrinho. Em 2011 assumi pela segunda vez, a direção da EEB Frei Lucínio Korte.
Os endereços de minhas "viagens" mais frequêntes
- Anonymus Gourmet
- Associação Brasileira das Mantenedoras do ES
- Atena Cursos
- Benedito Novo
- Biblioteca Casa Fernando Pessoa
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