A consciência do mundo, que viabiliza a consciência de mim, inviabiliza a imutabilidade do mundo. "Paulo Freire"
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É com prazer que te recebo neste espaço! Esta "casa" virtual está em permanente construção e em cada "cômodo" há uma inquietante necessidade de fazer diferente! Meus textos, relatos e imagens buscam apresentar a você os passos que constituem minha caminhada pessoal, profissional e acadêmica. A partilha que faço não intui caracterizar-se por uma postura doutrinária, autoritária ou impositiva-opressora, mas ao contrário, apresenta-se como ato solidário (jamais solitário) de contribuição à discussões humanas, planetárias e éticas!
Como educador me vejo no compromisso de participar do processo histórico de libertação dos oprimidos, marginalizados e esquecidos, a começar por mim. Despindo-me de qualquer resquício de arrogância, prepotência e soberba apresento-me como aprendente num contexto de intensa renovação de conceitos e atitudes!
Assim convido-o a juntos pensarmos em nossa condição de partícipes da grande Salvação! Salvação plena do homem e da mulher místicos, políticos e planetários!
Fraterno abraço!
Como educador me vejo no compromisso de participar do processo histórico de libertação dos oprimidos, marginalizados e esquecidos, a começar por mim. Despindo-me de qualquer resquício de arrogância, prepotência e soberba apresento-me como aprendente num contexto de intensa renovação de conceitos e atitudes!
Assim convido-o a juntos pensarmos em nossa condição de partícipes da grande Salvação! Salvação plena do homem e da mulher místicos, políticos e planetários!
Fraterno abraço!
domingo, 26 de outubro de 2014
O fio educador: uma metáfora necessária à análise do currículo escolar
Certo dia Dom Hélder Câmara, teria dito: “Diante do colar – belo como um sonho – admirei, sobretudo, o fio que unia as pedras e se imolava, anônimo para que todos fossem um...” Desta expressão inspiram-se muitas análises e discussões, seja de cunho teológico, cultural ou educativo. Particularmente evoco o educativo para tratar de uma metáfora necessária que nos permite estabelecer paralelos entre a feitura de um colar de pérolas e a formação de um ser humano.
Como disse Dom Hélder, não haveria como unir as pérolas e fazer um colar sem que houvesse a presença discreta, imperceptível do fio que praticamente se anula diante da beleza da obra final. Mas que fio é esse? Quem o escolhe? Que “qualidades” deve ter esse fio?
Participando de discussões acerca da apresentação de uma proposta de ensino, que seja significativa ao tempo e espaço em que vive-se contemporaneamente, atrevo-me a dizer que este fio é o currículo. É ele que une conceitos (pérolas) materializando um ensino significativo e que seja capaz de habilitar as pessoas a intervir na realidade.
Um currículo (fio) capaz de compreender a preciosidade de cada conceito ao longo do percurso de formação dos sujeitos, será por excelência um espaço desprovido de vaidades pessoais ou pré-conceitos. Do contrário o fio será mais visível que as pérolas e o colar perderá sua beleza e seu encantamento.
A escolha do currículo (fio) cabe essencialmente ao professor, conhecedor de seus alunos, de seu contexto e de suas intenções. Esta escolha será portanto, um ato político que implicará em definir estratégias para que os conceitos sejam consolidadores de grande obra. Se o fio for inadequado poderá danificar as pérolas, produzir um colar sem beleza e portanto, de pouco valor.
Para que o fio possa fazer valer o colar e enaltecer as pérolas, necessita ser discreto, flexível e resistente. Da mesma forma o currículo. Sua discrição se dá quando os métodos e conceitos nele apresentados, auxiliam na formação que é uma característica própria de cada pessoa. Isto sim deve ser explorado, exposto e evidenciado.
Flexibilidade e resistência são características fundamentais para um currículo que se proponha a atender as premissas básicas de sua função. Será flexível o suficiente para acomodar o contexto e a historicidade de alunos e professores e resistente na medida em que coordena um processo de aprendência, no qual os sujeitos possam compreender e intervir no mundo em que vivem para além de seu próprio contexto e historicidade.
E o colar? O que é mesmo o colar de pérolas? Muitas são as possíveis respostas. Podemos dizer que o colar pode ser o conjunto de saberes, conceitos e ciências que fazem a humanidade caminhar e existir para todos os seres humanos. É para isso que o fio existe... Para unir saberes, conceitos e ciências e fazê-los brilhar!
Opinião pública, opinião popular e democracia
Do ponto de vista estatístico uma eleição é uma consulta à toda a população de um território (cidade, estado ou país) acerca de quem deve comandar seus destinos. Antes disto, os métodos utilizados eram os mais diversos desde a violência física até a simples sucessão hereditária como ainda hoje temos em várias partes do mundo que estão mergulhadas em carnificinas seculares ou povos dominados por dinastias milenares.
A Grécia trouxe a experiência de democracia que se aprimorou e se alastrou pelo mundo como o melhor modelo a ser praticado politicamente. Mas a aplicação de um modelo dificilmente obedece o que os moldes lhe propõe. A consulta popular deveria expressar unicamente a opinião livre dos cidadãos sobre o projeto que representa o que há de melhor naquele momento para os interesses da coletividade. É a consagração da opinião pública ao avaliar as condições daquele território, naquele momento diante das possibilidades que se apresentam.
Ocorre que a consulta popular é “preparada” de forma a desconstruir sua própria função. Inicialmente é preciso perceber que há poucos projetos originais, autênticos e exequíveis. O que se tem visto, são roteiros empobrecidos pela sistemática tentativa de desprestigiar o adversário sem apresentar um projeto alternativo consistente. Sem contar que a liberdade de escolha encontra-se maculada por propagandas espetaculosas e recheadas de mensagens que buscam a todo o instante, induzir o eleitor à mera avaliação pessoal do candidato e não do eventual projeto.
Mas o mais grave em tudo isso é que a opinião pública vem sendo sorrateiramente substituída pela opinião popular. Esta ecoa sobre uma grande massa historicamente manobrada por uma elite que ao longo de séculos lhe concedeu algumas migalhas ou simplesmente a ignorou. Fizeram-na acreditar que a pobreza e a miséria eram fundamentalmente um caminho natural para quem nasceu pobre e miserável. Recentemente viu-se que é possível sair da miséria extrema engrossando as migalhas e oferecendo oportunidades, porém mantendo um clima de constrangimento sutil e velado.
Esta grande massa de manobra, geralmente pouco escolarizada se vê finalmente abandonando a margem econômica da sociedade e não quer voltar para lá. A opinião popular desaprova a corrupção por exemplo, mas sua atenção maior está em manter ou melhorar, mesmo que singelamente, sua condição. Não há uma preocupação com o coletivo, com o público. Estão errados? Claro que não. Afinal, podem finalmente sentir-se gente tanto quanto qualquer outro cidadão. E aí está a resposta de uma pergunta recorrente: afinal, se todos querem mudanças por que estão votando nos mesmos?
O fato é que desejam uma mudança coletiva, porém sem que isso represente uma perda em relação o que lhe foi dado ou conquistado individualmente. Falta-lhe a liberdade da necessidade, ou seja reconhecem que é preciso mudar mas temem que a mudança lhe ameace a sobrevivência. E enquanto um grande contingente de eleitores veem uma perspectiva real ou imaginária de que sua sobrevivência pode ser ameaçada por um ou outro possível governante de plantão, não há como se imaginar uma democracia plena.
Assim, vive-se uma democracia que se movimenta ao sabor da opinião popular, fundamentada na dependência, na opressão e no medo disseminado pelas mais diversas correntes políticas. Vive-se assim uma sequência de projetos de poder pelo poder como se o Estado pudesse ser loteado ou até sorteado. Ideologias cedem lugar à propaganda; pensadores cedem seu espaço à marqueteiros e a democracia converte-se num grande negócio.
Os ornitorrincos que nos esperam nas urnas!
O ornitorrinco é um animal semiaquático típico da Austrália e Tasmânia, possui bico semelhante ao de um pato, além de ser ovíparo (põe ovos). Mas por ter o corpo coberto por pelos e mamar é classificado como mamífero. Trata-se de um animal bastante incomum e pouco conhecido à grande maioria da população. Ao dizer que o referido animal irá às urnas não estamos falando da escolha de um mascote, mas fazendo um comparativo ao que o eleitor encontrará quando teclar para depositar seu voto: as coligações.
Nos últimos dias os partidos políticos demonstraram claramente que estão de fato partidos. Como já se viu noutras vezes, coligações são construídas para atender propósitos nem sempre muito republicanos. Os que se odiavam, agora tecem verdadeiras declarações de amor entre si. Os que, há alguns dias, andavam abraçados, hoje se declaram absolutamente traídos por seus antigos parceiros.
O que dizer então das ideologias? Direita e esquerda tornam-se mão única. Partidos políticos são criados sem qualquer preocupação em dar-lhe uma identidade ideológica. Defendem o que lhe parece conveniente, sem convicções ou posturas definidas. Já os partidos antigos sepultaram suas ideologias com seus antigos líderes. A estes líderes rende-se a homenagem do esquecimento.
E as prioridades? Educação, saúde, mobilidade urbana e infraestrutura sedem lugar à disputa por cargos e postos e à soma de alguns segundos no horário eleitoral gratuito. Um ministério, uma secretaria ou uma diretoria convencem mais que convicções, lutas e velhos líderes. Como disse um senador a respeito de seu partido, trocamos nossa história pelo quartinho dos fundos de um ministério.
E diante deste cenário está o eleitor! Ao votar para um cargo visualiza seu partido aliado ao maior adversário na disputa de outro cargo. Mesmo que queira, não poderá votar por uma ideologia, por uma convicção ou por uma prioridade. Definitivamente necessita de certa genialidade para encontrar o melhor, ou como muitos diriam, o menos pior. Eis que lhe aparece o ornitorrinco: uma ave que mama ou um mamífero que põe ovos? Um reacionário conservador de esquerda ou um revolucionário progressista de direita?
Assim como aves e mamíferos são absolutamente diferenciados, também os partidos políticos deveriam sê-lo. Sabe-se que foram, mas os cruzamentos (coligações) produziram verdadeiros ornitorrincos eleitorais. Os adversários, que em outros tempos foram parceiros, não se manifestam como deveriam, pois em breve poderão reatar sua parceria.
Assim, o eleitor por mais que queira compreender apenas contempla, afinal não há muito mais para se fazer. Vota, paga impostos, padece, vai às ruas, mas sem líderes e sem ideologias consistentes perde o rumo e conforma-se. Afinal o ornitorrinco é um fato consumado, não há como negar! Defini-lo é uma questão de interpretação.
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Quem sou eu
- Nilton Bruno Tomelin
- Benedito Novo, Santa Catarina, Brazil
- Sou Mestre em educação, graduado em Biologia e Matemática, professor da rede estadual de Santa Catarina, com experiência em educação a distância, ensino superior e pós-gradução. Sou autor e tutor de cursos na área da educação no Instituto Veritas (Ascurra) e na Atena Cursos (Timbó). Também tenho escrito constantemente para a Coluna "Artigo do Leitor" do "Jornal do Médio Vale" e para a revista eletrônica "Gestão Universitária". Fui diretor da EEB Frei Lucínio Korte (2003-2004) e secretário municipal da Educação e Promoção Social de Doutor Pedrinho (2005). Já atuei na rede municipal de ensino de Timbó. Em 2004 coordenei a campanha que conduziu à eleição do Prefeito Ercides Giacomozzi (PMDB) à prefeitura de Doutor Pedrinho. Em 2011 assumi pela segunda vez, a direção da EEB Frei Lucínio Korte.
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