Doação de órgãos

Você já parou para pensar que podemos ajudar outras pessoas mesmo quando morremos? Você já parou para pensar no sofrimento de pessoas que esperam dia-a-dia o telefone tocar, à espera de uma notícia que irá mudar para melhor a vida dela? Você já parou para pensar que todos nós, seres humanos, somos carentes de alguma coisa? Uns são carentes de sentimento, outros de dinheiro e muitos de órgãos.

Todos nós temos um único propósito na vida: viver com saúde e se sentir útil, seja da forma que for. Mas infelizmente muitas pessoas não vivem em condições que possam ser consideradas boas em relação ao padrão de vida, quando trata-se da saúde.. Mas seria diferente, se as pessoas que morressem diariamente deixassem suas opiniões expressas quanto a DOAÇÃO DE ÓRGÃOS. Doar salva vidas. Doar significa semear esperança onde antes só havia tristeza e desespero.

Nós viemos em nome de 66.000 brasileiros, que hoje se encontram na fila de espera por algum órgão, pedir para você, que reveja seus conceitos. Coloque-se no lugar de pelo menos UM desses 66.000 brasileiros. Imagine o sofrimento, a angústia e sede de viver que eles possuem. São fortes, gigantes. Verdadeiros exemplos de vida. São pessoas que sentem a essência dela. Aproveitam exatamente cada segundo junto da família, dos filhos, dos amigos, dos companheiros de trabalho, de seus animais de estimação, pois pode ser o ultimo momento vivido e presenciado por eles.

Somente você tem o poder de ajudar essas pessoas. Se cada um fizer a sua parte, GRANDE PARTE do problema será solucionado. Não tenha medo de avisar seus familiares. Doar é acima de tudo, um ato de cidadania. Um pequeno gesto que salva vidas. Pense na grandiosidade de salvar uma vida, de ajudar uma pessoa que precisa urgentemente de uma nova dose de esperança. Imagine a alegria e satisfação dos familiares e amigos do paciente, quando souberem que em algum lugar do Brasil, houve um anjo que viveu tudo o que tinha para viver, e quando completou sua missão aqui na Terra, deixou um presente para ela: seus órgãos.

Não há melhor presente do que esse, e se houver, nos avise. Avise ao mundo, pois infelizmente a ignorância fala mais alto do que a compaixão. Viemos aqui com um único propósito, o de informar vocês leitores e ajudá-los a tomar uma decisão a tomar. Porque há decisões que um ser humano assume ao longo da vida que podem mudar outras vidas e outros caminhos. Há decisões que necessitam de coragem, outras de generosidade, outras de solidariedade. No entanto, existem algumas que necessitam de tudo isso simultaneamente. A decisão de doar os próprios órgãos é uma delas.

Analisar esta decisão é o objetivo de um trabalho de pesquisa que estamos desenvolvendo. Nossas leituras e discussões nos tem demonstrando que já se conhece a técnica, os melhores procedimentos, os melhores profissionais. Mas para decidir não basta saber disso. É preciso conhecer e discutir o assunto de forma profunda e correta. Para que possamos sensibilizar e convencer positivamente a alguém doar a si próprio, é preciso demonstra a importância deste ato. Sabe-se que não é um tema simples, mas também é preciso ter a coragem de iniciar a discussão.

Para que essa discussão tenha credibilidade é preciso analisar de forma criteriosa. A doação implica em questões ética e humanas de profundo caráter pessoal. O que se torna necessário é apelar para o espírito solidário, para que todo o ser humano se habilite a discutir o assunto e de forma consciente optar por ser doador. Discutir este tema significa também discutir a vida.

A vida que não é um bem, um mero patrimônio mas um valor a ser defendido por todos. A vida que merece ser vivida com dignidade e de forma plena. Não é um discurso romantizado, mas tomado de esperança. De esperança que os seres humanos não sintam na morte apenas o fim, mas um possível recomeço.

Assim, o que era para ser um trabalho de pesquisa científica tornou-se um compromisso. Entendemos que é preciso assumir a responsabilidade de discutir o tema para que se desperte a solidariedade e generosidade entre os seres humanos. Assim, a ciência se torna instrumento de promoção de dignidade e de esperança.

Alunas: Juliana M. Reinert e Pauline Teske.
Professores: Nilton Bruno Tomelin e Maristela Sardagna Tonolli.