Mais uma vez a CNBB promove uma campanha em nível nacional em favor de um tema de interesse de todos os brasileiros, não apenas dos católicos. Apresentada às vésperas da Páscoa, serve de inspiração para amplas reflexões no período de Quaresma, segundo a tradição católica. Por ser um período de rever conceitos e atitudes é bastante oportuno, por exemplo, tratar de questões ambientais, como é caso da campanha de 2011.
Mas analisando todos os temas objetos de dezenas de campanhas passadas pode-se dizer que é fundamental estabelecer a fraternidade como instrumento de convívio entre os seres humanos. Em relação a questão ambiental, é evidente a absoluta falta de fraternidade entre as pessoas e entre as diferentes gerações.
A falta de preocupação em cuidar da água, do solo, do ar e de tudo o que está vivo é um sinal claro que não há entre as pessoas um verdadeiro sentimento fraterno. A destruição de fontes de recursos e de vida nos inspiram a buscar uma campanha pela fraternidade onde todos se sintam responsáveis pelo bem estar e pela qualidade de vida de todos os seres que habitam a Terra.
A campanha pela fraternidade haveria de ser um compromisso constante e assumido por todos, independe de sua condição econômica, social, religiosa ou política. O fato do planeta ser uma espécie de condomínio global faz com que todos precisem sentir-se responsáveis uns pelos outros. Do contrário, sem a fraternidade universal não há como esperar empenho e participação da coletividade.
Como numa grande família, cada qual precisa fazer sua parte, apreciar o cuidado com o que é seu e com o que é de todos. Responsabilizar-se por aquilo que lhe cabe, disponibilizar suas habilidades e humildemente reconhecer suas limitações. A prática da fraternidade é antes de tudo um ato de humanidade e humildade. Ser solidário, ético e sensível são qualidades fundamentais que precisam ser estimulados para que o presente nos permita sonhar minimamente com o futuro.
Chamar a todos de irmão é relativamente fácil, o desafio é conviver como tal. Cuidar do planeta, preservar a vida e conviver dignamente são compromissos fundamentais para que as futuras campanhas da fraternidade ecoem e produzam os resultados esperados e necessários. Mas se a atual campanha da fraternidade servir como inicio de uma discussão mais comprometida e séria sobre a questão ambiental, poderemos ter um pouco mais de esperança em relação ao futuro.
Se a vida for melhor respeitada e o planeta melhor cuidado poderemos dizer que estamos convivendo em fraternidade. Porém, enquanto a cor da pele, a prática religiosa ou qualquer diferença entre seres humanos for utilizada como justificativa para perseguir, excluir e até matar, estamos condenados a desperdiçar o pouco de tempo que ainda nos resta.
A consciência do mundo, que viabiliza a consciência de mim, inviabiliza a imutabilidade do mundo. "Paulo Freire"
Que bom que você está aqui!
É com prazer que te recebo neste espaço! Esta "casa" virtual está em permanente construção e em cada "cômodo" há uma inquietante necessidade de fazer diferente! Meus textos, relatos e imagens buscam apresentar a você os passos que constituem minha caminhada pessoal, profissional e acadêmica. A partilha que faço não intui caracterizar-se por uma postura doutrinária, autoritária ou impositiva-opressora, mas ao contrário, apresenta-se como ato solidário (jamais solitário) de contribuição à discussões humanas, planetárias e éticas!
Como educador me vejo no compromisso de participar do processo histórico de libertação dos oprimidos, marginalizados e esquecidos, a começar por mim. Despindo-me de qualquer resquício de arrogância, prepotência e soberba apresento-me como aprendente num contexto de intensa renovação de conceitos e atitudes!
Assim convido-o a juntos pensarmos em nossa condição de partícipes da grande Salvação! Salvação plena do homem e da mulher místicos, políticos e planetários!
Fraterno abraço!
Como educador me vejo no compromisso de participar do processo histórico de libertação dos oprimidos, marginalizados e esquecidos, a começar por mim. Despindo-me de qualquer resquício de arrogância, prepotência e soberba apresento-me como aprendente num contexto de intensa renovação de conceitos e atitudes!
Assim convido-o a juntos pensarmos em nossa condição de partícipes da grande Salvação! Salvação plena do homem e da mulher místicos, políticos e planetários!
Fraterno abraço!
domingo, 20 de março de 2011
sábado, 12 de março de 2011
Problemas de aprendizagem x problemas de ensino
Uma das grandes preocupações de educadores, gestores e estudiosos da educação está na discussão e resolução dos problemas relacionados à dificuldade de aprendizagem de crianças e adolescentes. De fato eles existem e comprometem significativamente o sucesso do processo educativo. Mas um grande equivoco é abordá-los isoladamente como se fossem resultado exclusivo da má vontade em aprender ou de fatores externos, como os genéticos. Como aprender é resultado de um processo que se inicia com o planejamento estratégico e metodológico é preciso afirmar que os problemas de aprendizagem, em sua maioria, derivam de problemas de ensino.
A insistência em considerar a mente das crianças como páginas em branco e enaltecer a supremacia dos saberes historicamente sistematizados pela humanidade ocultou intencionalmente a gravidade da problemática educacional. Transferiram-se e ocultaram-se responsabilidades por comodidade e por insensibilidade, gerando exclusão e distorções incorrigíveis. Não se trata de estabelecer culpados e vítimas, mas de construir uma análise justa e coerente para que se possa construir um novo processo educativo.
Este novo processo deverá considerar a complexidade que envolve a relação entre ensino e aprendizagem partindo da necessidade de se reconhecer o profissionalismo do educador como base para uma verdadeira reinvenção do ato de educar. Os tradicionais discursos que mencionam o educador como mediador, vocacionado e multifuncional deturpam e degeneram sua real dimensão profissional, política, planetária e ética.
Outro aspecto que merece ampla revisão é a avaliação que tem sido mais classificatória, diagnóstica e até punitiva do que transformativa e construtora. A avaliação é assim, destinada à aprendizagem, sem tratar diretamente do ensino, unilateralizando demandas e preocupações. Numa perspectiva transformadora e construtora a avaliação é essencialmente um momento de consolidação de mudanças de estratégias em direção a uma formação efetivamente significativa e relevante. Vista desta forma, a avaliação torna-se instrumento de aperfeiçoamento e desvelo de equívocos, vislumbrando uma nova postura frente a eventuais carências.
Um terceiro aspecto, mas não menos importante, é a metodologia a ser adotada frente a cada realidade e a cada tempo. Não são tecnologias e teorias complexas que revelam a praticidade necessária na formação efetiva de sujeitos cidadãos e sensíveis ao seu próprio contexto. Práticas contextualizadas que revelam um significado singular à realidade de educandos e educadores, dispensam complexas teorias e instrumentos, oportunizando uma educação capaz de associar ensino e aprendizagem, como resultado de um momento de solidariedade e de compaixão.
Educar é, além da soma do ensino e da aprendizagem, uma atitude profissional e atenta a cada momento do processo de formação humana, sem ignora-lhe o seu elevado grau de complexidade e simplicidade. Complexidade por que não há uniformidade, mas uma indescritível diversidade; simplicidade por que educar é fazer do contexto de cada educando, um rico instrumento de humanização e sensibilização. Educar, desta forma é dar significado e esperança à quem não há outra caminho senão iniciar sua vida transformando-a.
A insistência em considerar a mente das crianças como páginas em branco e enaltecer a supremacia dos saberes historicamente sistematizados pela humanidade ocultou intencionalmente a gravidade da problemática educacional. Transferiram-se e ocultaram-se responsabilidades por comodidade e por insensibilidade, gerando exclusão e distorções incorrigíveis. Não se trata de estabelecer culpados e vítimas, mas de construir uma análise justa e coerente para que se possa construir um novo processo educativo.
Este novo processo deverá considerar a complexidade que envolve a relação entre ensino e aprendizagem partindo da necessidade de se reconhecer o profissionalismo do educador como base para uma verdadeira reinvenção do ato de educar. Os tradicionais discursos que mencionam o educador como mediador, vocacionado e multifuncional deturpam e degeneram sua real dimensão profissional, política, planetária e ética.
Outro aspecto que merece ampla revisão é a avaliação que tem sido mais classificatória, diagnóstica e até punitiva do que transformativa e construtora. A avaliação é assim, destinada à aprendizagem, sem tratar diretamente do ensino, unilateralizando demandas e preocupações. Numa perspectiva transformadora e construtora a avaliação é essencialmente um momento de consolidação de mudanças de estratégias em direção a uma formação efetivamente significativa e relevante. Vista desta forma, a avaliação torna-se instrumento de aperfeiçoamento e desvelo de equívocos, vislumbrando uma nova postura frente a eventuais carências.
Um terceiro aspecto, mas não menos importante, é a metodologia a ser adotada frente a cada realidade e a cada tempo. Não são tecnologias e teorias complexas que revelam a praticidade necessária na formação efetiva de sujeitos cidadãos e sensíveis ao seu próprio contexto. Práticas contextualizadas que revelam um significado singular à realidade de educandos e educadores, dispensam complexas teorias e instrumentos, oportunizando uma educação capaz de associar ensino e aprendizagem, como resultado de um momento de solidariedade e de compaixão.
Educar é, além da soma do ensino e da aprendizagem, uma atitude profissional e atenta a cada momento do processo de formação humana, sem ignora-lhe o seu elevado grau de complexidade e simplicidade. Complexidade por que não há uniformidade, mas uma indescritível diversidade; simplicidade por que educar é fazer do contexto de cada educando, um rico instrumento de humanização e sensibilização. Educar, desta forma é dar significado e esperança à quem não há outra caminho senão iniciar sua vida transformando-a.
segunda-feira, 7 de março de 2011
Universalização do acesso e da qualidade do processo educativo no ensino fundamental
Um dos grandes desafios do século XXI é garantir o acesso à educação a todos os cidadãos. Esta garantia não se resume apenas a gestão, mas principalmente ao que diz respeito ao planejamento estratégico e metodológico do processo educativo. Se em tempos idos o grande desafio era universalizar o acesso físico de crianças e adolescentes ao ensino fundamental este é o momento de se refletir e agir em favor da universalização da qualidade do ato educativo.
Se crianças e adolescentes possuem vaga garantida em salas de aula, este é o momento de se questionar o impacto social, humano, ecológico e econômico deste avanço. Se a prerrogativa da quantidade está praticamente garantida, agora é preciso estender esta garantia à qualidade. Inúmeras discussões lançam-se ao desafio de conceituar epistemologicamente o termo “qualidade de ensino” a fim de propor uma prática educativa comprometida em transformar estatísticas em dignidade, qualidade de vida e bem-estar social.
Esta transformação em que quantidade e qualidade tornam-se parceiros indissociáveis de um complexo processo de intensa sensibilidade exige uma postura ética de todo o conjunto da sociedade, especialmente de educadores e gestores. O primeiro passo para aliar qualidade e quantidade em favor de uma nova proposta estratégica e metodológica de ensino, é romper com a indiferença gerada por números e estatísticas.
O simples aumento em índices avaliativos como o IDEB não reflete a desejada evolução qualitativa, que permanece à margem das grandes preocupações quando se discute políticas públicas de ensino. Ostentar índices e alardear números sem a devida atenção à qualidade é postura antiética e desumana, mascarando um processo de degradação da essência do ato educativo. Esta essência está em oferecer esperança e instrumentos de (trans)formação para a vida daqueles a quem é negado o direito de partilhar e contribuir na construção da riqueza do país.
O elevando índice de pessoas egressas do ensino fundamental incapazes de interpretar um texto ou desenvolver um raciocínio lógico elementar, evidenciam a gravidade da preocupação com a qualidade do ato educativo. A indiferença em relação aos chamados analfabetos funcionais, é uma atitude de desumanidade, visto que mascarra uma grave carência humana, que impede a idealização de sonhos e projetos de vida.
Estes sonhos e projetos de vida, por sua vez necessitam de uma “alfabetização planetária”, através da qual sejam inseridos numa perspectiva de formação de sujeitos auto-críticos, sensíveis, éticos e comprometidos com tudo o que existe e vive sobre o planeta. Ler e escrever passam a ser atos menos mecânico e previsível, para se transformar em momentos de (re)construção e dinamicidade. Mais do que interpretar códigos e executar processos repetitivos, saber ler e escrever significa inserir o sujeito num qualificado projeto de autoria, garantido-lhe a possibilidade de trilhar seu caminho e estabelecer suas próprias perspectivas.
Esta (trans)formação não será alcançada por decretos, mas por um comprometimento de educadores, gestores e famílias no sentido de oferecer uma formação capaz de intervir na vida das pessoas. Esta intervenção será estruturada a partir da compreensão da realidade temporal e do contexto em que o processo educativo ocorre. É esta relação que determinará qualidade ao processo educativo, fazendo-o significativo e relevante.
Se crianças e adolescentes possuem vaga garantida em salas de aula, este é o momento de se questionar o impacto social, humano, ecológico e econômico deste avanço. Se a prerrogativa da quantidade está praticamente garantida, agora é preciso estender esta garantia à qualidade. Inúmeras discussões lançam-se ao desafio de conceituar epistemologicamente o termo “qualidade de ensino” a fim de propor uma prática educativa comprometida em transformar estatísticas em dignidade, qualidade de vida e bem-estar social.
Esta transformação em que quantidade e qualidade tornam-se parceiros indissociáveis de um complexo processo de intensa sensibilidade exige uma postura ética de todo o conjunto da sociedade, especialmente de educadores e gestores. O primeiro passo para aliar qualidade e quantidade em favor de uma nova proposta estratégica e metodológica de ensino, é romper com a indiferença gerada por números e estatísticas.
O simples aumento em índices avaliativos como o IDEB não reflete a desejada evolução qualitativa, que permanece à margem das grandes preocupações quando se discute políticas públicas de ensino. Ostentar índices e alardear números sem a devida atenção à qualidade é postura antiética e desumana, mascarando um processo de degradação da essência do ato educativo. Esta essência está em oferecer esperança e instrumentos de (trans)formação para a vida daqueles a quem é negado o direito de partilhar e contribuir na construção da riqueza do país.
O elevando índice de pessoas egressas do ensino fundamental incapazes de interpretar um texto ou desenvolver um raciocínio lógico elementar, evidenciam a gravidade da preocupação com a qualidade do ato educativo. A indiferença em relação aos chamados analfabetos funcionais, é uma atitude de desumanidade, visto que mascarra uma grave carência humana, que impede a idealização de sonhos e projetos de vida.
Estes sonhos e projetos de vida, por sua vez necessitam de uma “alfabetização planetária”, através da qual sejam inseridos numa perspectiva de formação de sujeitos auto-críticos, sensíveis, éticos e comprometidos com tudo o que existe e vive sobre o planeta. Ler e escrever passam a ser atos menos mecânico e previsível, para se transformar em momentos de (re)construção e dinamicidade. Mais do que interpretar códigos e executar processos repetitivos, saber ler e escrever significa inserir o sujeito num qualificado projeto de autoria, garantido-lhe a possibilidade de trilhar seu caminho e estabelecer suas próprias perspectivas.
Esta (trans)formação não será alcançada por decretos, mas por um comprometimento de educadores, gestores e famílias no sentido de oferecer uma formação capaz de intervir na vida das pessoas. Esta intervenção será estruturada a partir da compreensão da realidade temporal e do contexto em que o processo educativo ocorre. É esta relação que determinará qualidade ao processo educativo, fazendo-o significativo e relevante.
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Quem sou eu
- Nilton Bruno Tomelin
- Benedito Novo, Santa Catarina, Brazil
- Sou Mestre em educação, graduado em Biologia e Matemática, professor da rede estadual de Santa Catarina, com experiência em educação a distância, ensino superior e pós-gradução. Sou autor e tutor de cursos na área da educação no Instituto Veritas (Ascurra) e na Atena Cursos (Timbó). Também tenho escrito constantemente para a Coluna "Artigo do Leitor" do "Jornal do Médio Vale" e para a revista eletrônica "Gestão Universitária". Fui diretor da EEB Frei Lucínio Korte (2003-2004) e secretário municipal da Educação e Promoção Social de Doutor Pedrinho (2005). Já atuei na rede municipal de ensino de Timbó. Em 2004 coordenei a campanha que conduziu à eleição do Prefeito Ercides Giacomozzi (PMDB) à prefeitura de Doutor Pedrinho. Em 2011 assumi pela segunda vez, a direção da EEB Frei Lucínio Korte.
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