Que bom que você está aqui!

É com prazer que te recebo neste espaço! Esta "casa" virtual está em permanente construção e em cada "cômodo" há uma inquietante necessidade de fazer diferente! Meus textos, relatos e imagens buscam apresentar a você os passos que constituem minha caminhada pessoal, profissional e acadêmica. A partilha que faço não intui caracterizar-se por uma postura doutrinária, autoritária ou impositiva-opressora, mas ao contrário, apresenta-se como ato solidário (jamais solitário) de contribuição à discussões humanas, planetárias e éticas!



Como educador me vejo no compromisso de participar do processo histórico de libertação dos oprimidos, marginalizados e esquecidos, a começar por mim. Despindo-me de qualquer resquício de arrogância, prepotência e soberba apresento-me como aprendente num contexto de intensa renovação de conceitos e atitudes!



Assim convido-o a juntos pensarmos em nossa condição de partícipes da grande Salvação! Salvação plena do homem e da mulher místicos, políticos e planetários!



Fraterno abraço!








Casa Rosada - sede do governo argentino. Em frente está a Praça de Maio. É um local em que é possível conhecer um pouco da história e da cultura argentina.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Educação a Distância para a (trans)formação: reflexões histórico-contextuais de um mundo digital

Resumo

A educação, fator de humanização e (trans)formação planetária é compromisso e direito de todo o ser humano. A discussão que propomos é fruto da necessidade de analisar com critérios e fundamentação teórica e metodológica, uma nova modalidade de formação: a educação à distância inserida no ciberespaço. Para tanto, há que se buscar elementos históricos e contextuais que possibilitem compreender os caminhos escolhidos pela humanidade para alcançar o presente e projetar o futuro. A discussão do tema far-se-á considerando a utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) como fatores que permite transcender aos modelos convencionais de formação.

Palavras-chave: humanização, (trans)formação, educação à distância, ciberespaço, Tecnologias de Informação e Comunicação.



Abstract

The education, factor of humanity and planetary (trans) formation is an engagement and due by all human being. The discussion that we propose is born of a necessity by analyze with criterions and theorists grounding and methodological, a new model of formation: the education of way inserted in cyberspace. So, we need to search historic and contextual elements that enable comprehend the choose ways by humanity for to reach the present and planning the future. The discussion of the subject will be done considering the utilization technology of information and communication (TICS) like factors that help us transcender for conventional models of formation.


Keywords: humanity, (trans) formation, education of way, cyberspace, technology of information and communication



Introdução


O conhecimento é hoje, um instrumento de socialização, humanização e inclusão de seres humanos em diferentes ambientes. Pode também ser um instrumento de exclusão e marginalização quanto tratado como propriedade restrita a privilegiados. Desta forma, aproximar-se dele, assimila-lo e principalmente participar de seu processo de (re)construção tem sido um desafio para a sobrevivência de cada ser humano. Verificamos historicamente que este processo passou por diferentes etapas, através das quais se tornou possível ampliar de forma irreversível o acesso a este importante espaço de construção e produção humanas.

O conhecimento construído, por sua vez, precisa de um espaço adequado para estar em permanente construção. Isso deriva, por sua vez, da (re)construção constante das instituições, dos processo e dos métodos que conduzem a humanidade ao novo saber (conhecimento, conceito). Desta forma, as políticas públicas de formação, a universidade e os centros de formação também necessitaram passar por algumas mudanças radicais. Foi necessário discutir com profundidade e leva-los para junto das pessoas, especialmente àquelas que dificilmente teriam a oportunidade de neles ingressar, seja por questões financeiras, de trabalho, família, etc.

Uma opção que se consolida a cada momento é o ensino a distância, que oportuniza, a um número cada vez mais significativo de pessoas, o acesso a (trans)formação. Diferentes níveis vêm sendo oferecidos nesta modalidade: formação continuada, educação básica, educação profissionalizante, graduação e pós-graduação. Uma diversidade de elementos auxilia nesse processo: rádio, TV, Internet, além dos veículos de comunicação impressa. São as chamadas Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs). Valer-se destes recursos garantiu o sucesso já alcançado e certamente promete grandes inovações.

Como processo de disseminação do saber, sofreu e sofre amplas críticas, as quais variam entre pontos positivos e negativos diversos. O texto que segue pretende analisar e discutir dialeticamente, do ponto de vista histórico, o processo antropo-social que permitiu o surgimento da educação a distância como forma de democratização do acesso ao saber. Considerar-se-á como instrumento de disseminação desta modalidade de ensino, o uso de recursos digitais.



Historicidade do conhecimento e função histórica da formação acadêmica

Uma breve reflexão histórica acerca do processo de concepção do conhecimento nos permite identificar alguns aspectos decisivos na compreensão dos caminhos percorridos para dissemina-lo e (re)construí-lo. A necessidade convertida em demanda exige a determinação de novos paradigmas de ensino, como o da educação à distância, para que democrática e inclusivamente, se possa aproximar os diferentes níveis de ensino à utópica universalização ao seu acesso, permanência e conclusão.

A evolução biológica fez do ser humano um ente único na realidade planetária. Ele passou a saber que sabe e, que este saber, lhe permite promover transformações radicais e únicas. Analisando de forma sucinta, a historicidade do conhecimento, percebe-se que a Grécia é uma importante referência. Sócrates constrói seu conhecimento através da ironia e da maiêutica. Para Platão o conhecimento se dá pela emissão de opiniões que, por sua vez, impunham discussões dialéticas.

Já Aristóteles relaciona o conhecimento à experiência com base na observação dos fenômenos (episteme). Deste período herdamos algumas contribuições para a construção da noção de conhecimento tais como o estabelecimento de diferenças entre conhecimento sensível e conhecimento intelectual; estabelecimento de diferença entre aparência e essência; estabelecimento de diferença entre opinião e saber; estabelecimento de regras da lógica pra se chegar à verdade.

Já na Idade Média, distinguimos diferentes vertentes, dentre as quais, a Patrística, que busca a conciliação do pensamento cristão ao pensamento platônico, sendo seu grande expoente Santo Agostinho. Outra tendência importante é a Escolástica, a qual pretende anexar a Filosofia aristotélica ao pensamento cristão, com o estreitamento da relação Fé e razão, sendo seu grande expoente São Tomás de Aquino. Uma terceira corrente é o Nominalismo que trata da separação da Filosofia da teologia através do esvaziamento dos conceitos.
A Idade Moderna trouxe consigo uma verdadeira revolução no processo de (re)construção de saberes, conceitos e conhecimentos. Neste período, a primeira revolução Científica trouxe várias mudanças para o pensamento, sendo uma das mais significativas a mudança da visão teocentrista (Deus é o centro do conhecimento) para visão antropocentrista (o homem é o centro do conhecimento). Destacam-se neste período os trabalhos de Descartes e a máxima do cartesianismo “Cogito ergo sun”; o empirismo de John Lock e David Hume e o criticismo kantiano baseado no conhecimento a priori, universal e necessário. Ainda neste período merece destaque a herança iluminista, a qual centraliza suas bases na razão.
A chamada Idade Contemporânea vestiu-se do ideal econômico iniciado no processo da Revolução Industrial Inglesa e dos ideários da Revolução Francesa, transformando o mundo essencialmente agrícola, numa realidade planetária dedicada ao processo industrial. Foi no século XIX com, Charles Babbage, matemático britânico (26/12/1791-18/10/1871), que ao inventar uma máquina de calcular, estabelece os primeiros passos em direção ao que virá a ser o computador.
Pronto em 1822, o equipamento protótipo de Babbage trabalha com oito posições decimais e calcula diferenças finitas. Em 1833 cria o projeto da máquina analítica, capaz de somar, subtrair, dividir e multiplicar, efetuar operações em seqüência e armazenar os resultados intermediários de até mil números de 50 dígitos, antecipando o futuro computador. Depois de executar o processamento dos dados, a máquina reproduz os resultados em cartões perfurados ou em relatório impresso. Mas à época, este invento não convenceu e o que se viu, foi o surgimento de novas técnicas e meios de produção, para garantir que amplie a produção, qualificando o resultado final, além de otimizar tempo e recursos.
Assim, surgem diferentes teorias de verdadeiro confinamento humano em torno da aquisição de habilidades técnicas capazes de atender às necessidades da relação capital-trabalho. O século XX, tido como o da ciência, determinou também um amplo movimento dos modelos de produção (de saberes e de bens).
Das linhas de produção em série aos ambientes cibernéticos dos sítios virtuais, nos últimos cem anos, o progresso, o crescimento e, por conseguinte, a superação da ciência foi incomparável nos aspectos quantitativo e qualitativo. Esta mudança tem radicalizado a necessidade de analisar de forma responsável, a forma como os saberes serão disseminados, (re)construídos e aplicados.
Se analisarmos paralelamente a historicidade que inseriu o ensino no Brasil, veremos que ambos ocorreram de forma agregada e sincronizada. Às bases do ensino formal trazido pelos jesuítas também passou por profundas transformações de seu perfil, passando de uma escola de estereotipo catequético, para uma exclusiva e sectária, para finalmente torna-se formadora de mão-de-obra qualificada. De acordo com VARGAS (1994, p. 198-99)

“A única indústria que prosperava na Colônia era a da fabricação de açúcar [...]Ruy Gama conclui que, durante a colônia, a fabricação de açúcar era baseada em técnicas empíricas. Somente no início do século XIX - com a transformação dos engenhos movidos a roda d’água, em usinas movidas a vapor – é que se pode dizer que há uma contribuição tecnológica à indústria do açúcar”.
O Brasil colonial e imperial mantinha uma formação acadêmica direcionada a elite com atenção especial em relação a determinadas áreas do conhecimento como o direito e a medicina, enquanto a classe trabalhadora, na sua grande maioria escrava não tinha acesso a qualquer tipo de formação. Com a imigração européia a economia e, por conseguinte, a formação acadêmica passam por uma verdadeira metamorfose. O perfil econômico do país, em cem anos desvincula-se do caráter eminentemente agrícola, para se tornar uma nação industrial, com crescente campo no setor de prestação de serviços. Neste período é preciso formar novos trabalhadores que se adaptem as novas demandas. Neste sentido TOMELIN (2003, p. 13) afirma que
“O ajuste do sistema de ensino às novas necessidades, esteve muito ancorado no positivismo comteano. Afinal não seria conveniente despender tempo com formação humanística à classe trabalhadora. Esta deveria ser preparada para responder às necessidades do mercado e da elite governante, sempre comprometida com interesses particulares ou de grupos restritos”.

Este é o ambiente econômico, social, político em que é concebida a formação da nova classe trabalhadora. A universidade é destinada a formação de grupos restritos, aos quais, são rendidos os privilégios de pensar por uma grande massa geralmente formada para assumir determinados postos de trabalho. Após a década de 1930, o país mergulha num crescente processo de industrialização. Aliado a isso se tornou imperativo formar profissionais que apresentassem habilidades mais apuradas que as manuais. De acordo com MENDONÇA (2006)
“as principais experiências universitárias empreendidas nos anos 30 se vinculavam a diferentes projetos de reconstrução nacional via educação que informavam concepções diversas acerca da formação das elites, da relação educação do povo ou das massas/educação das elites – e da maior ou menor ênfase posta num desses pólos –, do papel dessas elites no processo de reconstrução nacional, da própria constituição dessas elites”.



Nesta época surgem escolas inteiramente voltadas para a formação profissionalizante. Porém as tecnologias disponíveis são apenas os equipamentos de laboratório que imitam as condições dos ambientes de trabalho das linhas de montagem. O mundo digital ainda não despertou os interesses do universo econômico e produtivo e, por conseguinte a realidade educacional. O modelo tecnicista tradicional implante-se como grande mentor da formação da classe trabalhadora.

Tal formação concretizou-se em escolas como o SENAI, onde o treinamento ostensivo era considerado o grande objetivo e mérito do processo educativo, especialmente direcionado aos trabalhadores. Em outras, como as Escolas Técnicas Federais, ocorria à preocupação em valorar o humano e o social.

O governo de Juscelino Kubitschek de Oliveira impulsionou o desenvolvimento do país tomando por base o processo de ampla industrialização. A mão-de-obra a ser formada necessita de novos conceitos, de novas metodologias e as elites por sua vez, de novos instrumentos para consolidar sua posição. Durante a década de 60, além de convênios como o MEC/USAID ocorre a reforma universitária (Lei 5540/68),
A reforma universitária, gestada pelo governo militar, é considerada um grande marco na história das universidades brasileiras. O objetivo da reforma era oferecer um perfil moderno a universidade dentro das condições de 'segurança' que a ditadura pretendia para si e para os interesses do capital que representava. A Lei 5540/68 introduziu a relação custo-benefício e o capital humano na educação, direcionando a universidade para o mercado de trabalho, ampliando o acesso da classe média ao ensino superior e cerceando a autonomia universitária. O tecnicismo institucionalizado mantém-se até o final dos anos 80 e começo dos 90, quando os educadores perceberam que recursos tecnológicos eram capazes de substituir a mão-de-obra daqueles profissionais ‘robotizados’.
Foi então que se percebeu a necessidade de se tratar o educando como ser humano e que a formação acadêmica (superior) deveria ser estendida ao máximo de pessoas. Neste contexto surge a modalidade de ensino a distância com a aprovação da Lei 9394/96 (LDB). Sobre o ensino a distância, prevê em seu artigo 80 “O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada”.
Esta possibilidade de formação permite que em uma década formem-se redes de formação a distância em todos os níveis de ensino, utilizando-se desde simples apostilas, radio e TV até o ciberespaço (internet). Este é um momento único e que amplia possibilidades de formação num ritmo geometricamente incalculável. Este novo locus implica em novas metodologias, novas relações entre teoria e prática, novas concepções teóricas acerca do processo educativo e novos paradigmas cognitivos.



Das necessidades implícitas às demandas explícitas


Os desafios lançados no despertar do século XXI tornam evidentes algumas das mais elementares necessidades humanas: conhecer. O que até um passado recente era privilégio e mérito de algumas mentes privilegiadas é hoje algo possível e necessário também às massas. A modernização do processo de produção e a ampliação legal de direitos como a educação fez surgir novas demandas. O que era uma necessidade (que pode ser simplesmente ignorada) passa a ser uma demanda (compromisso regulamentado). Se em outros tempos era possível apenas desejar imprimir um caráter coletivo na formação humana, hoje caminhamos para a sua universalização.

Diante disto se percebe que além de universalizar técnicas é preciso universalizar formação. A demanda não é por compreender metodologias ou práticas, mas pela identificação de contexto, valores e processos inerentes. O uso de máquinas e tecnologias, por exemplo, permite certas facilidades e seduz pela sua praticidade e eficiência, porém pode representar um equivoco se estas não forem de acesso igualmente universal.

As chamadas Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) serão parceiras inseparáveis desta nova demanda, encurtando (suprimindo) distâncias e permitindo que cada sujeito estabeleça cronogramas próprios. Assim de acordo com BELLONI (2002)
“quanto à educação a distância, o conceito tende a se transformar, pois uma das macrotendências que se pode vislumbrar no futuro próximo do campo educacional é uma "convergência de paradigmas" que unificará o ensino presencial e a distância, em formas novas e diversificadas que incluirão um uso muito mais intensificado das TICs”.

O que se deve observar é a necessidade imperativa de manter o ser humano como centro dos objetivos desta nova modalidade de ensino. As tecnologias não podem substituir a riqueza representada pela relação humana estabelecida no processo educativo. Outro aspecto a ser considerado é que a disponibilidade das TICs ainda é relativa e determinada por fatores econômicos, sobre os quais há que se refletir noutro momento.

O mais importante a ser considerado é que o que era uma opção, já está se transformando num compromisso e em breve poderá se tornar uma obrigação. Assim as novas demandas, que exigem o cumprimento do direito elementar a uma formação qualificada se farão ouvir e a voz rouca dos marginalizados se tornará uma cintilante canção de respeito e dignidade. Se todo o ser humano tem direito ao trabalho, por conseqüência terá também o de se profissionalizar.

Em relação à educação a distância no Brasil percebe-se que as instituições privadas foram as grandes pioneiras, construindo competência e obtendo verbas públicas. Em relação ao setor público reservam-se políticas e ações públicas meramente tecnocráticas, autoritárias e centralizadoras que as destina a resultados muitas vezes medíocres, senão ao fracasso.

Diante disto o Estado apenas fiscaliza o funcionamento deste tipo formação, uma vez que, ele próprio tem renunciado a condição de elemento promotor de ações de efetivo impacto social. Considerado este aspecto, SILVA JÚNIOR (2003) afirma que “as reformas do Estado no atual estágio do capitalismo mundial tendem para um desmonte do Estado intervencionista na economia e nos setores sociais”. Assim há um crescente, porém, velado controle externo sobre ações na economia e em relação às ações sociais, desvinculando institucionalmente o Estado e produzindo um sentimento de poder paralelo.

Neste sentido, especificamente em alguns cursos de licenciatura, como o de pedagogia, as universidades públicas (como no caso de Santa Catarina a UDESC e UFSC) tem iniciado um processo de estruturação de cursos de graduação à distância. Isto pode representar um incremento no fator qualidade se não representar apenas um discurso político de pouca fundamentação pedagógica, metodológica, antropológica e ética. Não se pode afirmar que isto seja uma retomada do papel do Estado sobre o processo educativo. Ao contrário, os avanços são tímidos e geralmente correlatos às necessidades mercadológicas ou ao cumprimento de exigências legais, uma vez que, especificamente em relação às licenciaturas, a LDB criou uma demanda significativa.

A implementação deste tipo de ensino deverá atender a demandas e não a interesses setoriais, transformando-o num elemento de potencial libertação. Por isso é preciso um permanente processo avaliativo através do qual seja possível qualificar o conceito de educação à distância e seu resultado. De acordo com SANTOS (1981, p. 169) “o que importa aqui é que, freqüentemente, o chão social compromete não só as experiências, mas com elas, a intenção de avaliá-las”. As concepções equivocadas de avaliação, que a concebem apenas como diagnóstico de resultados não garante ao processo a característica auto-eco-ético-organizativa através da qual será possível inovar práticas e conceber novos horizontes.

O grande perigo que se pode incorrer é redirecionar a educação para uma conduta tecnicista a exemplo do que ocorreu na década de 1970. Não se trata neste momento de se formar uma grande massa trabalhadora, mas cidadania, que além do conhecimento técnico, domine também a capacidade de autocrítica. O sucesso desta propriedade se dará através de uma flexibilidade teórica e metodológica, encorajada pela necessidade de se proclamar o ser humano como autor e ator de sua própria formação.



Conclusão

O ser humano, espetacular pela sua complexidade e excepcional pela sua diversidade agrega uma infinidade de outras qualidades, limitações, desejos, emoções, necessidades e desafios. A formação em qualquer nível necessariamente convive com esta gama de elementos e por isso seu sucesso dependerá do reconhecimento e da inserção permanente de tais elementos.

Atuando em cursos de pós-graduação, em nível de especialização, na modalidade à distância, pôde-se perceber a necessidade permanente de se discutir os seus diversos aspectos. Por ser um modelo concebido num tempo recente, há opiniões e concepções diversas, muitas das quais sem embasamento, considerando apenas elementos superficiais. As novas demandas advindas de necessidades remotas, nos impõe, por sua vez, uma análise responsável em favor de uma sensibilização política que estabeleça uma formação solidária, ética, digna e comprometida.

Oportunizar formação pode não representar uma efetiva transformação, mas sem ela não haverá sequer esperança. Onde não há esperança, não há projeto, não há perspectiva e o futuro é incerto. A transcendência do simples ato de aproximar o ser humano ao conhecimento está no compromisso institucional e pessoal de educandos e educadores, que podem fazer da educação um instrumento de libertação ou apenas torná-la agente de exclusão e marginalização.

A concepção tradicional de educação (presencial) não alcançou o pleno desejo de aproximar o ser humano de uma de suas maiores conquistas: o conhecimento. Criatura e criador precisam se aproximar, interagir, se auto-eco-construir para que ambos sejam mais do que uma soma aritmética. Esta junção é um processo de construção dial(ética) forjado pelas relações estabelecidas e pela constante necessidade de transcender.


Referências Bibiográficas

BELLONI, Maria Luiza. Ensaio sobre a educação à distância no Brasil. Disponível em: www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-73302002000200008&lng=pt&nrm=iso&tl. Acesso em 23 nov. 2006.


LDB. Lei de diretrizes e bases da educação nacional. Disponível em: http://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm. Acesso em 30 nov. 2006.

MENDONÇA. Ana Waleska P.C. O educador: de intelectual a burocrata. Disponível em: www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0101-73301997000100007&lng=pt&nrm=isso. Acessado em 29 nov. 2006

SANTOS, L.G. Desregulagens. São Paulo: Brasiliense, 1981.
SILVA JÚNIOR, João dos Reis. Reformas do Estado e da educação e as políticas públicas para a formação de professores a distância: implicações políticas e teóricas. Disponível em: www.scielo.br/scielo.php?pid=S0101-73302003000400015&script=sci_arttext. Acesso em 25 nov. 2006.
TOMELN, Nilton Bruno. O ensino de ciências na educação básica: um estudo de caso a partir da concepção de ciência de Bruno Latour. Orientador: Dr. Adolfo Ramos Lamar. Dissertação de Mestrado. Blumenau: FURB, 2003.
VARGAS, Milton. Para uma filosofia da tecnologia. São Paulo: Editora Alfa Omega. 1994.

2 comentários:

ANGELA ALTOFF RALDI disse...

Olá, Nilton!
Vejo que utilizas este espaço para compatilhar teus trabalhos.
Parabéns!
Angela

R91 disse...

Parabéns,
No princípio era o verbo e o verbo estava com(Deus o centro do conhecimento) mas o verbo se fez (carne, homem o centro do conhecimento)e Ele habitou no meio de nós.
Vamos conhecer o verbo, a carne e descobriremos o Espirito.

Quem sou eu

Minha foto
Benedito Novo, Santa Catarina, Brazil
Sou Mestre em educação, graduado em Biologia e Matemática, professor da rede estadual de Santa Catarina, com experiência em educação a distância, ensino superior e pós-gradução. Sou autor e tutor de cursos na área da educação no Instituto Veritas (Ascurra) e na Atena Cursos (Timbó). Também tenho escrito constantemente para a Coluna "Artigo do Leitor" do "Jornal do Médio Vale" e para a revista eletrônica "Gestão Universitária". Fui diretor da EEB Frei Lucínio Korte (2003-2004) e secretário municipal da Educação e Promoção Social de Doutor Pedrinho (2005). Já atuei na rede municipal de ensino de Timbó. Em 2004 coordenei a campanha que conduziu à eleição do Prefeito Ercides Giacomozzi (PMDB) à prefeitura de Doutor Pedrinho. Em 2011 assumi pela segunda vez, a direção da EEB Frei Lucínio Korte.