Que bom que você está aqui!

É com prazer que te recebo neste espaço! Esta "casa" virtual está em permanente construção e em cada "cômodo" há uma inquietante necessidade de fazer diferente! Meus textos, relatos e imagens buscam apresentar a você os passos que constituem minha caminhada pessoal, profissional e acadêmica. A partilha que faço não intui caracterizar-se por uma postura doutrinária, autoritária ou impositiva-opressora, mas ao contrário, apresenta-se como ato solidário (jamais solitário) de contribuição à discussões humanas, planetárias e éticas!



Como educador me vejo no compromisso de participar do processo histórico de libertação dos oprimidos, marginalizados e esquecidos, a começar por mim. Despindo-me de qualquer resquício de arrogância, prepotência e soberba apresento-me como aprendente num contexto de intensa renovação de conceitos e atitudes!



Assim convido-o a juntos pensarmos em nossa condição de partícipes da grande Salvação! Salvação plena do homem e da mulher místicos, políticos e planetários!



Fraterno abraço!








Casa Rosada - sede do governo argentino. Em frente está a Praça de Maio. É um local em que é possível conhecer um pouco da história e da cultura argentina.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

O trabalho: da condição humana à alienação

João Paulo Dória de Santana (1)
Fabio Zoboli (2)
Nilton Bruno Tomelin (3)

A existência material do ser humano se configura essencialmente através do seu corpo. O corpo é o principal instrumento do homem pelo qual estabelece suas relações consigo mesmo, com o outro e com o cosmos. O trabalho se caracteriza por uma relação que o homem e a mulher estabelecem com a natureza a fim de transformá-la através do uso de alguma ferramenta/conhecimento. Esta relação consolidou-se historicamente por princípios de dominação, controle e exploração, seja dos recursos, dos povos ou da própria força de trabalho.
Karl Marx na sua mais célebre obra “o capital” caracteriza o trabalho como sendo uma condição de existência do ser humano, independente de todas as formas de sociedade, eterna necessidade natural de mediação de metabolismo entre homem e natureza. Os animais também trabalham e produzem, porém somente para atender suas necessidades práticas imediatas e seguindo seus instintos, consumindo o que necessitam na forma em que se apresenta na natureza. É justamente nesse ponto que o homem enquanto espécie se coloca como ser único na terra, pois conseguiu dominar as forças da natureza, colocando-as ilusoriamente a seu serviço. As grandes tragédias denunciam o mais absoluto descontrole do homem sobre o meio natural convertendo fenômenos naturais em episódios de devastação e morte
Dessa forma o trabalho se constitui como elemento central em qualquer tipo de sociedade, e teve participação crucial na evolução do homem. Especialmente na no que diz respeito a evolução das relações sociais. Não é difícil perceber que em boa parte das sociedades, especialmente as ocidentais, o homem ou a mulher valem pelo que trabalham, produzem e geram. Esta é sem dúvida uma forma cruel de alienação através da qual pessoas deixam de existir na condição de cidadão, de gente e surgem os trabalhadores, executores de tarefas, de ofícios.
O trabalho humano deve ser um mediador no modo e nas relações de produção que são estabelecidas, assim como na construção de conhecimento, possibilitando a emancipação humana. Contudo na atual conjuntura da sociedade, o capitalismo na sua configuração neoliberal transformou a lógica do trabalho. O trabalho é reduzido a apenas um meio que permite a existência física, biológica, obscurecendo o sujeito autor, vivo e potencialmente transformador que há em que cada ser humano.
Tal transformação se dá mais especificamente a partir da revolução industrial. O surgimento da propriedade privada e a conseqüente divisão do trabalho introduziram um estranhamento entre o trabalhador e o trabalho, na medida em que antes mesmo do trabalho se materializar em seu produto, já pertence à outra pessoa que não ao trabalhador. O trabalhador produz bem mais do que ele recebe (salário). A força de trabalho cria um valor maior do que o estipulado inicialmente, valor esse que não é pago ao trabalhador, e se estabelece como o lucro do “patrão”.
Assim, percebe-se o quanto essas relações inerentes ao trabalho transformaram o homem, alienado-o, pois não se reconhece no que produze e nem qual seu valor enquanto trabalhador, vendo no seu salário a única razão da sua vida. Percebemos hoje que o capitalismo esgotou sua capacidade civilizatória e contraditoriamente, para continuar crescendo, destrói as forças produtivas. Se por um lado, vemos o avanço da tecnologia, aumento das riquezas mundiais, produção de alimentos para servir duas vezes a população mundial, há no mundo mais de um bilhão de famintos, morrendo de doenças facilmente curáveis, sem contar com o aumento do desemprego estrutural, da degradação do meio ambiente.
Dessa forma alguns questionamentos para reflexão: até onde vamos com isso tudo? Será isso tudo normal? Pois afinal de contas, como muitos dizem, foi sempre assim? Será que a lógica da vida é nascer, estudar e arrumar um emprego, no qual eu não me contemplo, mas que me permite sobreviver? Será que mesmo com todas essas contradições, o capitalismo é o melhor modelo econômico? Pra finalizar faço referência a István Mészáros, um dos mais importantes intelectuais marxistas da atualidade, que questiona “o que queremos? A barbárie ou o socialismo?”
Diante disto é preciso afirmar que somente com a mobilização da sociedade, através de uma educação capaz de libertar os seres humanos da alienação historicamente consolidada, que será possível estabelecer uma nova relação entre o ser humano e o trabalho. Uma relação de liberdade em que se respeitem valores fundamentais à vida e a dignidade de a que todo o ser humano tem direito.

1. Acadêmico do curso de Educação Física da Universidade Federal de Sergipe – UFS.
2. Doutor em Educação pela Universidade Federal da Bahia – UFBA.
3. Mestre em Educação pela Universidade Regional de Blumenau - FURB

Um comentário:

Professor Josimar Tais disse...

O trabalho é uma forma que o ser humano encontrou para satisfazer suas necessidades cotidianas. No entanto, ele não pode servir como um mecanismo destruidor do mundo em que vivemos. Esse texto nos faz refletir bastante. Parabéns Nilton. Abraço.

Quem sou eu

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Benedito Novo, Santa Catarina, Brazil
Sou Mestre em educação, graduado em Biologia e Matemática, professor da rede estadual de Santa Catarina, com experiência em educação a distância, ensino superior e pós-gradução. Sou autor e tutor de cursos na área da educação no Instituto Veritas (Ascurra) e na Atena Cursos (Timbó). Também tenho escrito constantemente para a Coluna "Artigo do Leitor" do "Jornal do Médio Vale" e para a revista eletrônica "Gestão Universitária". Fui diretor da EEB Frei Lucínio Korte (2003-2004) e secretário municipal da Educação e Promoção Social de Doutor Pedrinho (2005). Já atuei na rede municipal de ensino de Timbó. Em 2004 coordenei a campanha que conduziu à eleição do Prefeito Ercides Giacomozzi (PMDB) à prefeitura de Doutor Pedrinho. Em 2011 assumi pela segunda vez, a direção da EEB Frei Lucínio Korte.