Que bom que você está aqui!

É com prazer que te recebo neste espaço! Esta "casa" virtual está em permanente construção e em cada "cômodo" há uma inquietante necessidade de fazer diferente! Meus textos, relatos e imagens buscam apresentar a você os passos que constituem minha caminhada pessoal, profissional e acadêmica. A partilha que faço não intui caracterizar-se por uma postura doutrinária, autoritária ou impositiva-opressora, mas ao contrário, apresenta-se como ato solidário (jamais solitário) de contribuição à discussões humanas, planetárias e éticas!



Como educador me vejo no compromisso de participar do processo histórico de libertação dos oprimidos, marginalizados e esquecidos, a começar por mim. Despindo-me de qualquer resquício de arrogância, prepotência e soberba apresento-me como aprendente num contexto de intensa renovação de conceitos e atitudes!



Assim convido-o a juntos pensarmos em nossa condição de partícipes da grande Salvação! Salvação plena do homem e da mulher místicos, políticos e planetários!



Fraterno abraço!








Casa Rosada - sede do governo argentino. Em frente está a Praça de Maio. É um local em que é possível conhecer um pouco da história e da cultura argentina.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

A latinidade de Francisco

Francisco de Assis sempre inspirou leigos e ordenados e por esta inspiração muito mal deixou de ser praticado, vidas foram salvas, dores foram amenizadas. Foi nas periferias que o legado franciscano se fez e se faz presente, exatamente por opção de seu patrono, em dedicar sua vida aos miseráveis, renunciando à qualquer riqueza ou ostentação. Nas mesmas periferias, as Villas, o jesuíta Jorge Mário Bergóglio, concebeu sua vocação e sua adesão. Quando Padre Jorge, aclamado pontífice, segundo ele próprio afirmou, por um sopro de um colega cardeal, assumiu-se Francisco, um Francisco latino, das periferias, das massas, tomou o Vaticano recheando-o de humildade, de simplicidade e de austeridade. Em dois anos de pontificado a latinidade disseminou-se não apenas entre católicos, mas vem sendo percebida e até mesmo combatida, como uma forma de fazer da igreja uma fiel serva do povo. Gestos, pregações e atitudes tem revelado que é possível desenhar e escrever a história de outro jeito. Revelam por outro lado, uma humanidade fragilizada, utilitarista, mercantil que naturalizou o descarte de bens e pessoas e produziu milhares de pessoas, economicamente de segunda classe. Pessoas que não precisam de palácios e imperadores, mas de alguém que os perceba e faça com que sejam percebidos. Aliás, os que sempre se serviram de palácios e os que bajulam imperadores combatem esta postura, pois se assustam com a afinidade e a familiaridade entre o líder e seu povo. Com Bergóglio o mundo conhece há dois anos, a latinidade de Francisco de Assis. Francisco de Roma, inspirado em Francisco de Assis chama ao serviço, usa de ternura e firmeza, afaga e desafia. Faz da sua liderança e seu poder, agentes de serviço pela paz, pela unidade, pela partilha e pela acolhida. Mas a latinidade diz algo a mais. Como grande parte das periferias do velho mundo, a América Latina foi dividida em inúmeros territórios mantidos separados geográfica e politicamente para que pudessem ser mais facilmente explorados. A chamada colonização, ignorou os nativos, os verdadeiros americanos, e inseriu milhares de africanos trazidos, como diz Eduardo Galeano em sua obra “As veias abertas da América Latina”, em forma de contrabando de carne humana. Mais adiante milhares de europeus foram literalmente expulsos de suas pátrias pelo desemprego, pobreza e outras misérias, e trazidos para substituir o escravo na lida no campo e nas cidades. Paralelo a isso, milhares de toneladas de metais preciosos e produtos agrícolas brutos escorreram pelos rios e além-mar, deixando para trás um solo empobrecido e uma gente tomada pela miséria, pela violência, pela ignorância e pela doença. Desta forma, Papa Bergóglio e sua sensibilidade franciscana, fazem do trono de Pedro, um espaço legitimamente latino, de denúncia, mas também de chamado à conversão. Quer uma igreja de portas abertas aos mutilados pela história, um clero com o cheiro dos excluídos e atitudes de verdadeira conversão. Ao adotar o nome Francisco, quer conduzir a Igreja a esta conversão, preservando o Evangelho, reverenciando o exemplo de Cristo, mas adotando os fragilizados, os vulneráveis, os esquecidos. Isto é a latinidade do ponto de vista dos explorados, dos descartados, dos humilhados. Uma latinidade que surpreende o mundo, mas não os latinos, irmãos e irmãos de Francisco! *Texto publicado no jornal "A cidade".

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Quem sou eu

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Benedito Novo, Santa Catarina, Brazil
Sou Mestre em educação, graduado em Biologia e Matemática, professor da rede estadual de Santa Catarina, com experiência em educação a distância, ensino superior e pós-gradução. Sou autor e tutor de cursos na área da educação no Instituto Veritas (Ascurra) e na Atena Cursos (Timbó). Também tenho escrito constantemente para a Coluna "Artigo do Leitor" do "Jornal do Médio Vale" e para a revista eletrônica "Gestão Universitária". Fui diretor da EEB Frei Lucínio Korte (2003-2004) e secretário municipal da Educação e Promoção Social de Doutor Pedrinho (2005). Já atuei na rede municipal de ensino de Timbó. Em 2004 coordenei a campanha que conduziu à eleição do Prefeito Ercides Giacomozzi (PMDB) à prefeitura de Doutor Pedrinho. Em 2011 assumi pela segunda vez, a direção da EEB Frei Lucínio Korte.