Que bom que você está aqui!

É com prazer que te recebo neste espaço! Esta "casa" virtual está em permanente construção e em cada "cômodo" há uma inquietante necessidade de fazer diferente! Meus textos, relatos e imagens buscam apresentar a você os passos que constituem minha caminhada pessoal, profissional e acadêmica. A partilha que faço não intui caracterizar-se por uma postura doutrinária, autoritária ou impositiva-opressora, mas ao contrário, apresenta-se como ato solidário (jamais solitário) de contribuição à discussões humanas, planetárias e éticas!



Como educador me vejo no compromisso de participar do processo histórico de libertação dos oprimidos, marginalizados e esquecidos, a começar por mim. Despindo-me de qualquer resquício de arrogância, prepotência e soberba apresento-me como aprendente num contexto de intensa renovação de conceitos e atitudes!



Assim convido-o a juntos pensarmos em nossa condição de partícipes da grande Salvação! Salvação plena do homem e da mulher místicos, políticos e planetários!



Fraterno abraço!








Casa Rosada - sede do governo argentino. Em frente está a Praça de Maio. É um local em que é possível conhecer um pouco da história e da cultura argentina.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Os donos da democracia e a privatização da liberdade

A ascensão do modelo capitalista fundamentou-se na ideia de que é possível atribuir um valor monetário a tudo o que existe ou se saiba a existência. Como se atribui valor a tudo, pode-se dizer que tudo está a venda e em havendo quem possa comprar, apodera-se do bem e faz dele o que bem lhe convém. Difícil imaginar como isso seria possível com bens imateriais como a democracia. No caso do Brasil isto é muito simples. O absoluto descontrole do uso de recursos privados de origens nem sempre declaráveis, fundamentadas por uma legislação que legitima doações privadas de qualquer natureza, oficializa a privatização da liberdade e confere propriedade à democracia. Campanhas eleitorais repletas de efeitos e cenários, e por isso caras, mascaram verdades, histórias de vida e intenções, destituindo o direito ao livre arbítrio da parte do eleitor. A posse da liberdade assim é transferida, como mercadoria que pode ser comercializada. Assim as disputas eleitorais caracterizam-se como grande negócio onde a mercadoria bruta, o voto, sofre inúmeras intervenções que lhe agregam grande valor. No mercado de commodities eleitorais as negociações se fundamentam numa escalada econômica impressionante. O ciclo começa com o suposto comprador, o candidato, que não dispõem de recursos suficientes para competir no mercado eleitoral. Assim ele busca doações de supostos amigos, que despretensiosamente lhe cedem recursos sem que ele tenha o compromisso legal e até moral de devolvê-los, afinal seu salário, em caso de sucesso e seja eleito, lhe servirá apenas como subsídio para sua subsistência ao longo do mandato. O candidato, ainda não eleito, dispondo de recursos, parte para aquisição de produto bruto, o voto, supostamente utilizando os recursos doados para criar estratégias, peças publicitárias que possam convencer o eleitor a doar-lhe também o voto. Ocorre que nem todo o eleitor está disposto a doar seu voto em favor de propostas de interesse coletivo, e então agrega certo valor ao seu produto. Assim parte do recurso doado para a campanha é doado diretamente ao eleitor que por sua vez doa seu voto. Em havendo êxito, o eleito fatalmente será cobrado pela generosidade de seu doador que aos poucos torna-se seu tutor e dono. O eleitor devidamente retribuído pelo seu legitimo direito de cobrança, o voto, não terá direito de fazê-lo, pois este direito pertence ao eleito que o comprou. Assim a liberdade, fundamento da democracia, faz o caminho inverso, saindo dos domínios do eleitor, passando para o eleito que o transfere ao seu “dono”. Este é um modelo de privatização imoral e ilegal que conduziu a democracia do Brasil ao caos em que se encontra. Como este processo só poderá ser interrompido se houver uma mudança significativa na lei, e como quem teria a obrigação de mudar a lei são os maiores beneficiados deste esquema privatista, não é difícil imaginar quando esta mudança acontecerá. Os movimentos populares que tomaram as ruas nestes últimos anos no Brasil, ao contrário do que muitos possam dizer, chamam a atenção de todos os responsáveis por esta mudança necessária. Se por um lado percebe-se um governo incapaz de responder a altura aos clamores populares, percebe-se uma oposição responsável direta por tudo isso, incapaz de propor algo alternativo pois se serviu durante séculos da mesma lógica privatista. E não apenas isso, foi sua mentora e grande consolidadora, a verdadeira genitora do mercado do voto e da liberdade, servindo como exemplo a votação da chamada “lei da terceirização”, que trataremos noutra oportunidade. Assim o voto voluntário, o financiamento público de campanha e o fim das reeleições poderá representar a extinção desta lógica perversa. Os éticos e justos que hoje ocupam cargos públicos não serão apenas minoria e com isso a liberdade e o voto não serão mais produtos e os valores em questão serão outros. As eleições não serão mais um grande negócio, mas a grande possibilidade de construção, passo-a-passo, de uma nação que pertença à todos.

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Quem sou eu

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Benedito Novo, Santa Catarina, Brazil
Sou Mestre em educação, graduado em Biologia e Matemática, professor da rede estadual de Santa Catarina, com experiência em educação a distância, ensino superior e pós-gradução. Sou autor e tutor de cursos na área da educação no Instituto Veritas (Ascurra) e na Atena Cursos (Timbó). Também tenho escrito constantemente para a Coluna "Artigo do Leitor" do "Jornal do Médio Vale" e para a revista eletrônica "Gestão Universitária". Fui diretor da EEB Frei Lucínio Korte (2003-2004) e secretário municipal da Educação e Promoção Social de Doutor Pedrinho (2005). Já atuei na rede municipal de ensino de Timbó. Em 2004 coordenei a campanha que conduziu à eleição do Prefeito Ercides Giacomozzi (PMDB) à prefeitura de Doutor Pedrinho. Em 2011 assumi pela segunda vez, a direção da EEB Frei Lucínio Korte.