Que bom que você está aqui!

É com prazer que te recebo neste espaço! Esta "casa" virtual está em permanente construção e em cada "cômodo" há uma inquietante necessidade de fazer diferente! Meus textos, relatos e imagens buscam apresentar a você os passos que constituem minha caminhada pessoal, profissional e acadêmica. A partilha que faço não intui caracterizar-se por uma postura doutrinária, autoritária ou impositiva-opressora, mas ao contrário, apresenta-se como ato solidário (jamais solitário) de contribuição à discussões humanas, planetárias e éticas!



Como educador me vejo no compromisso de participar do processo histórico de libertação dos oprimidos, marginalizados e esquecidos, a começar por mim. Despindo-me de qualquer resquício de arrogância, prepotência e soberba apresento-me como aprendente num contexto de intensa renovação de conceitos e atitudes!



Assim convido-o a juntos pensarmos em nossa condição de partícipes da grande Salvação! Salvação plena do homem e da mulher místicos, políticos e planetários!



Fraterno abraço!








Casa Rosada - sede do governo argentino. Em frente está a Praça de Maio. É um local em que é possível conhecer um pouco da história e da cultura argentina.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

CONECTANDO SUJEITOS, TECENDO O SABER

A criação dos meios virtuais através da INERNET, assim como ocorreu com muitos saberes da ciência moderna são fruto do acaso. Como se percebe sem a intenção de transformar um mecanismo de comunicação interna no maior veículo de divulgação de saberes e informações é hoje uma necessidade mundial.

Mais do que isso, certamente não se tinha a pretensão de transformar aquele mecanismo em meio de formação de pessoas. Seria inimaginável, na década de 1970, supor que este recurso seria utilizado em ambientes educacionais, mas hoje é praticamente impossível supor uma instituição de ensino sem o uso deste recurso.

O fluxo da ciência da ciência se dá na aposta no incerto. De acordo com MORIN e LE MOINGNE (2000, p. 132) “o incerto fundamental está escondido atrás de todas as certezas locais”, o que garante que nada pode ser completamente previsto e lançado ao campo das certezas. Se fosse assim certamente o embrião da INTERNET teria sido ‘abortado’ logo no final da guerra fria, pois a função para o qual havia sido forjada se perdeu.

Neste sentido é possível identificar a sensibilidade do espírito investigador da humanidade que é capaz de envolver diferentes saberes para cumprir funções diversas. É uma característica da chamada complexidade humana que faz do homem não apenas criador, mas inovador de suas próprias criações.

Diante disto há dúvidas em relação aos caminhos possíveis para a humanidade. Assim HORGAN (1998, p. 48) afirma que “a ciência do século XX deu origem a um paradoxo maravilhoso. O mesmo progresso extraordinário que gerou as previsões de que em breve talvez conheçamos tudo o que pode ser conhecido também alimentou dúvidas quanto ao nosso verdadeiro poder de conhecer alguma coisa”. Isto leva a crer que não é possível prever o alcance efetivo da ciência em relação a ela própria. Será portanto impossível prever projetos pedagógicos envolvendo o uso das TICs por longo tempo, até porque não se sabe que recursos serão disponibilizados pelos próximos anos.

O que é possível afirmar é que as TICs conquistaram seu espaço na vida das pessoas, inclusive no campo educacional e não haverá como desfazer este vínculo. Outra possibilidade será o de inserir valores que garantam o uso destes recursos de forma solidária e humana e não servindo como fator de diferenciação de seres humanos.

Estes valores são fundamentais para que qualquer saber sirva para dignificar ainda mais a vida humana. Neste sentido SOUZA (2001, p. 70) lembra que “a vontade é o princípio movente de toda a atividade humana. Não basta o desenvolvimento do querer. O saber, em si, não serviria para nada sem colocar-se ao serviço e à guia da vida prática. O que torna o homem bom não é o seu saber, mas o seu modo de comportar-se”. É bom lembrar que estes comportamentos não são ensinados nem mesmo utilizando as mais modernas tecnologias. Ao contrário, antes de se tratar de qualquer conteúdo é preciso debater e discutir valores inerentes não ao saber, mas a vida das pessoas.

Nos dizeres de GOMÉZ (2000, p. 13)

“a espécie humana, constituída biologicamente como tal, elabora instrumentos, artefatos, costumes, normas, códigos de comunicação e convivência como mecanismos imprescindíveis para a sobrevivência dos grupos e da espécie. Paralelamente, e posto que as aquisições adaptativas da espécie às peculiaridades do meio não se fixam biologicamente nem se transmitem através da herança genética, os grupos humanos põem em andamento mecanismo e sistemas externos de transmissão para garantir a sobrevivência nas novas gerações de suas conquistas históricas. Este processo de aquisição por parte das novas gerações das conquistas sociais – processo de socialização – costuma de denominar-se genericamente como processo de educação”.

Desta forma é possível dizer que a educação desempenha funções sociais e humanas através das quais será possível constituir seres humanos altamente capazes de lutar por sua dignidade. A função da escola portanto, está garantida e sempre mais exigida pelo contexto em que se vive. A escola, ao lado da família, será a mais humana das instituições e não pode perder esta característica.

As tecnologias serão importantes aliadas nesta perspectiva e deverão ser utilizadas de forma adequada para que cada ser humano possa se forjar com autor e ator de sua própria formação. A luta deverá ser pelo resgate de valores humanos no interior de nossas instituições de ensino e na universalização dos direitos, inclusive o de utilizar de tecnologias, para que todas as crianças e adolescentes possam garantir sua dignidade e sua condição de cidadãos do mundo.

GOMÉZ, A. I. Pérez. As funções sociais da escola: da reprodução à reconstrução crítica do conhecimento e da experiência. In: SACRISTÁN, J. Gimeno & GÓMEZ, A. I. Pérez. Compreender e transformar o ensino. Tradução: Ernani F. da Fonseca Rosa. Porto Alegre (RS): ArteMed editora. 2000.

HORGAN, John. O fim da ciência: uma discussão sobre os limites do conhecimento científico. Tradução: Rosaura Eichemberg. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.


MORIN, Edgar e LE MOINGNE, Jean-Louis. A inteligência da complexidade. Tradução: Nurimar Maria Falci. São Paulo: Peirópolis, 2000. (Série Nova Consciência).

SOUZA, Nivaldo Alves de. A criança como pessoa: na visão de Tomás de Aquino e Matthew Lipman. Florianópolis (SC): Sophos, 2001.

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Quem sou eu

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Benedito Novo, Santa Catarina, Brazil
Sou Mestre em educação, graduado em Biologia e Matemática, professor da rede estadual de Santa Catarina, com experiência em educação a distância, ensino superior e pós-gradução. Sou autor e tutor de cursos na área da educação no Instituto Veritas (Ascurra) e na Atena Cursos (Timbó). Também tenho escrito constantemente para a Coluna "Artigo do Leitor" do "Jornal do Médio Vale" e para a revista eletrônica "Gestão Universitária". Fui diretor da EEB Frei Lucínio Korte (2003-2004) e secretário municipal da Educação e Promoção Social de Doutor Pedrinho (2005). Já atuei na rede municipal de ensino de Timbó. Em 2004 coordenei a campanha que conduziu à eleição do Prefeito Ercides Giacomozzi (PMDB) à prefeitura de Doutor Pedrinho. Em 2011 assumi pela segunda vez, a direção da EEB Frei Lucínio Korte.