Caro leitor e estimada leitora. Imagine algumas situações. O médico reclamando das pessoas porque estas o procuram apenas quando estão doentes; o advogado se queixa, pois seus clientes lhe trazem apenas problemas; o mecânico indignado, pois só o procuram quando o automóvel não funciona. Parece pitoresco, mas há profissionais que em suas áreas assumem esta postura. “Eu não aguento mais”, dizem.
É um discurso que merece reflexões, pois parece ser fruto de inúmeras carências. Carências de formação, carência de prazer no fazer, carência de estímulos, etc. Imagino algo semelhante no contexto do magistério. Educadores queixando-se da falta de conhecimento de seus alunos, da sua falta de interesse em relação a certos conteúdos, etc. Ora, assim como o médico se prepara profissional e pessoalmente para atender pessoas debilitadas, advogados para sanar problemas legais e mecânicos para concertar veículos, educadores existem para fomentar o saber e despertar o interesse em relação a conceitos.
Mas qual o problema? Certamente muitos: formação limitada, pouco recompensa pessoal e profissional, etc. Tudo isto é real e não pode ser descartado. Não há o sujeito homem e mulher e o sujeito educador e educadora dissociados. Ambos estão no mesmo ser. Mas é preciso que se saiba que se não houver enfermidade a ser curada ou prevenida, lei a ser cumprida ou veículo a concertar não precisaríamos de médicos, advogados e mecânicos.
Se todo o ser humano fosse autodidata não haveria necessidade de haver alguém para fazê-lo aprender. Logo os educadores seriam dispensáveis e viveríamos num primitivo universo de apreensão empírica de saberes. Se há educadores e educadoras é por que estes têm por função social e humana, promover condições para que o saber e os seres humanos se encontrem e se completem. Não teria sentido ensinar a quem já sabe e aprende sozinho.
Esta conduta tem feito vítimas entre os seres humanos. Tem causado frustração, medo, etc. Vidas mal vividas, tempo perdido, lutas diárias travadas contra aquilo que é a razão de ser de cada ser humano: o bem-estar do outro. A prática da solidariedade tão ostentada e elogiada assenta-se confortavelmente em discursos, mas não adere a prática. Uma atitude de solidariedade ou de duelo são faces de uma mesma moeda. Há a opção de encorajar e estimular a aprender àquele que não quer aprender ou simplesmente opta-se por quem quer aprender ignorando os demais.
A mesma mão que se estende para afagar pode ser estendida para esbofetear, e a decisão não cabe a mão. Os resultados de um afago certamente serão diferentes de um bofete. Disto não há dúvidas. Assim, se nos propomos a desempenhar uma função entre nossos pares, é preciso assumi-la como atitude solidária, afago. Trata-se de viver melhor, ser mais feliz e mais útil a si e aos outros. Deliciar-se com a vida, saboreá-la na partilha, na reconstrução. Preparar-se para ajudar o enfermo, o desorientado e o proprietário de veículo.
Preparar-se para apresentar ao ignorante o encantamento de aprender; o prazer do ver-se fazendo aquilo que até então não fazia. Isto é a boniteza da vida, como dizia Paulo Freire! Do contrário fica difícil se fazer aguentar e aguentar-se.
A consciência do mundo, que viabiliza a consciência de mim, inviabiliza a imutabilidade do mundo. "Paulo Freire"
Que bom que você está aqui!
É com prazer que te recebo neste espaço! Esta "casa" virtual está em permanente construção e em cada "cômodo" há uma inquietante necessidade de fazer diferente! Meus textos, relatos e imagens buscam apresentar a você os passos que constituem minha caminhada pessoal, profissional e acadêmica. A partilha que faço não intui caracterizar-se por uma postura doutrinária, autoritária ou impositiva-opressora, mas ao contrário, apresenta-se como ato solidário (jamais solitário) de contribuição à discussões humanas, planetárias e éticas!
Como educador me vejo no compromisso de participar do processo histórico de libertação dos oprimidos, marginalizados e esquecidos, a começar por mim. Despindo-me de qualquer resquício de arrogância, prepotência e soberba apresento-me como aprendente num contexto de intensa renovação de conceitos e atitudes!
Assim convido-o a juntos pensarmos em nossa condição de partícipes da grande Salvação! Salvação plena do homem e da mulher místicos, políticos e planetários!
Fraterno abraço!
Como educador me vejo no compromisso de participar do processo histórico de libertação dos oprimidos, marginalizados e esquecidos, a começar por mim. Despindo-me de qualquer resquício de arrogância, prepotência e soberba apresento-me como aprendente num contexto de intensa renovação de conceitos e atitudes!
Assim convido-o a juntos pensarmos em nossa condição de partícipes da grande Salvação! Salvação plena do homem e da mulher místicos, políticos e planetários!
Fraterno abraço!
sábado, 21 de fevereiro de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Quem sou eu
- Nilton Bruno Tomelin
- Benedito Novo, Santa Catarina, Brazil
- Sou Mestre em educação, graduado em Biologia e Matemática, professor da rede estadual de Santa Catarina, com experiência em educação a distância, ensino superior e pós-gradução. Sou autor e tutor de cursos na área da educação no Instituto Veritas (Ascurra) e na Atena Cursos (Timbó). Também tenho escrito constantemente para a Coluna "Artigo do Leitor" do "Jornal do Médio Vale" e para a revista eletrônica "Gestão Universitária". Fui diretor da EEB Frei Lucínio Korte (2003-2004) e secretário municipal da Educação e Promoção Social de Doutor Pedrinho (2005). Já atuei na rede municipal de ensino de Timbó. Em 2004 coordenei a campanha que conduziu à eleição do Prefeito Ercides Giacomozzi (PMDB) à prefeitura de Doutor Pedrinho. Em 2011 assumi pela segunda vez, a direção da EEB Frei Lucínio Korte.
Os endereços de minhas "viagens" mais frequêntes
- Anonymus Gourmet
- Associação Brasileira das Mantenedoras do ES
- Atena Cursos
- Benedito Novo
- Biblioteca Casa Fernando Pessoa
- Biblioteca virtual mundial
- Blog BioVirtual
- CNPQ
- Comitê do Itajaí
- Congresso UNIFEBE
- Culinária Edu Guedes
- Culinária Mais Você
- Culinária Receita Minuto
- Curso Proinfo
- Câmara dos Deputados
- Diário Catarinense
- Domínio Público
- Doutor Pedrinho
- E-PROINFO
- EaD IFSC
- Ead UAB Blumenau
- EaD UAB Indaial
- EaD UFSC
- EEB Frei Lucínio Korte
- Esc. de Admin. Fazendária
- Escola do Legislativo
- Estadão
- FAPI
- Folha de São Paulo
- Formação na Escola FNDE
- Fotolog Prof Nilton
- Fritz Muller
- FUG
- FURB
- Gov Santa Catarina
- Ins Paulo Freire
- Instituto Da Vinci
- Irmãos Frainer
- Jornal de SC
- João Matos
- Leonardo Boff
- Museu Virtual de História da Educação
- Nilton
- O Globo
- OEI Educação
- Plataforma Freire
- PMDB de Doutor Pedrinho
- Portal do Gestor Público Estadual
- Portal do Servidor
- Professor Josimar
- Proinfo Blumenau
- Revista FACED UFBA
- Revista Gestão Universitária
- Rodeio Virtual
- Rádio FLK
- Sandra Tomelin
- Scielo
- SED SC
- Senado Federal
- Slideshare
- Tiago Krieser
- Transparência
- UFPR
- UFSC
- UNIFEBE
- UNIVALI
- Veja
- Veritas
Historicidade de meus passos
-
▼
2009
(23)
-
▼
fevereiro
(8)
- Eu não aguento mais...
- CONTROLAR PARA EDUCAR? O poder como forma de const...
- Os (des)caminhos sociais e ambientais contemporâne...
- O uso solidário das tecnologias no espaço escolar
- Imutabilidade
- Elaboração de projetos de sustentabilidade eco-pla...
- Plano de Curso de Biologia 2009
- Plano de Curso de Ciências 2009
-
▼
fevereiro
(8)
Um comentário:
É Nilton, trazer o encantamento do aprender, talvez esta seja uma das maiores aprendizagens que podemos proporcionar aos nossos alunos. Aprender por toda vida pois há múltiplos conhecimentos para serem descortinados.
Abraços e bom recomeço.
Marisa
Postar um comentário