Diferentes concepções historicamente consolidadas permeiam a compreensão da função do espaço escolar. Há quem o conceba como espaço de operacionalização mecânica metodologias e estratégias de ensino que visam à assimilação de saberes historicamente elaborados e sistematizados. Entretanto esta concepção tem abarcado um número cada vez mais reduzido de adeptos. Há uma forte tendência em compreender o espaço escolar como locus de redenção de seres humanos, pela consolidação de práticas solidárias que busquem democratizar o acesso ao saber e à sua elaboração.
Para tal há diferentes formas de estruturar o espaço escolar, através de materiais, equipamentos estratégias de ação pedagógica. Neste contexto, tem se revelado significativa, a inserção das tecnologias como mecanismos de disseminação de saberes. Este papel, sem dúvida, é desempenhado com grande propriedade, porém é necessário que se estabeleçam políticas que universalizem o seu acesso e métodos que promovam a qualificação da relação entre os seres humanos e o conhecimento.
Esta postura impõe aos educadores e educadoras uma conduta flexível frente a inovação introduzida pelas tecnologias no contexto escolar. Isto não é adquirido por capacitações, mas pela inserção de valores humanos a aplicação de tecnologias à prática pedagógica. Um passo importante a dar nesta direção é universalizar o acesso às tecnologias com o devido auxilio e comprometimento de educadores e educadoras. Se este acesso ocorrer de forma restrita servirá para ampliar ainda mais a legião de excluídos do processo de redenção cidadã.
Pode-se dizer que o acesso ao digital e ao virtual se constitui num direito humano, daí o caráter humanista a ser assumido pela educação voltada a inserção das tecnologias no processo de formação de educandos e educandas. Assim em nível fundamental é médio a educação necessita oferecer universalmente a possibilidade de interação entre o virtual e o presencial de forma equilibrada. Este equilíbrio se percebe através de uma atitude sensível e solidária do educador e da educadora frente a diversidade de seres humanos que adentram ao ambiente escolar. Surge então um novo paradigma: a tecnologia construindo seres humanos pela prática educativa solidária.
O uso da sensibilidade na percepção deste novo paradigma educacional faz a diferença em ralação educação conteudista constituída de currículos engessados onde se privilegia a informação em detrimento da (trans)formação. O acesso a informação é tarefa de tecnologias, mas a sua compreensão e otimização é função exclusiva de seres humanos. Tecnologias estão impregnadas de programas e sistemas, seres humanos de valores, sentimentos, desejos, necessidades e carências. Se as tecnologias cumprirem universalmente a sua função haverá mais tempo para os seres humanos se dedicarem àquilo que é sua função exclusiva.
Algumas habilidades podem ser desenvolvidas através do treinamento para o uso de determinada tecnologia, porém, adequar estas habilidades à realidade de cada aluno, à seu contexto e à sua historicidade é atribuição essencialmente humana. Para tal é necessária uma postura ética das instituições escolares e dos educadores e educadoras. Ética vista como prática radical do respeito à diversidade e à especificidade. Não é possível estabelecer um ambiente solidário de aprendizagem sem um engajamento ético por parte dos que usam tecnologias educacionais. Do contrário a tela do computador será tão útil quanto a velha combinação quadro-giz, o uso de um DVD será apenas assistir TV e INTERNET será apenas uma enciclopédia com atualização em tempo real.
Através de experiências diversas na utilização de tecnologias no espaço educativo foi possível perceber a complexidade que envolve a questão. Há crianças que sequer conhecem um computador, outras o manipulam mas desconhecem as suas potencialidades e outros, mesmo conhecendo as potencialidades apresentam dificuldades em articulá-las ao seu contexto e a dinâmica de sua realidade. Diante disto se percebe que é preciso transcender ao simples contato entre o ser humano e a máquina.
Se estamos diante de um novo paradigma, o de construir uma proposta educativa solidário através das tecnologias, então é preciso qualificar o encontro do ser humano com esta nova possibilidade. Esta qualificação pressupõe um comprometimento síncrono entre o que se apresenta ao educando e à educanda e àquilo que é fundamental para sua vida. Em última instância é preciso fazer com cada ser humano perceba a possibilidade de construir sua própria história e seus próprios saberes.
A educação não pode funcionar apenas como uma mera prestação de serviços munida de tecnologias que apressam o processo. É uma ação libertadora que não admite a dicotomia opressor-oprimido e que se consolida como espaço de redenção humana. É tecnologia é neste contexto, uma nova possibilidade que, quando impregnada de solidariedade e afetividade, pode representar uma otimização de tempo. O ato educativo não está mais alinhado a métodos de se ensinar geralmente subsidiado pelo monólogo docente, mas a estratégias de aprender e na postura dialética frente a diversidade de saberes e conceitos.
Dentre estas estratégias que fomentam a dialética está o uso de tecnologias. Estas agilizam o acesso a informações e apresentam ao educando e à educando uma grande diversidade de formas de entendimento e opiniões em relação a um mesmo conceito. Noutra perspectiva é mister afirmar que a grande variedade e volume de informações possíveis de acessar por meios eletrônicos pode representar um grande perigo. Como saber se uma determinada informação é confiável? Qual a intenção de quem a produziu e a divulgou na grande rede?
Responder a estas perguntas é um desafio permanente, praticamente intransponível. O educador que se lança o novo paradigma citado haverá de dispor da habilidade de questionar, duvidar e criticar. Outra habilidade significativa é a de conviver com a incerteza e com o movimento permanente do conhecimento. Estas habilidades, obviamente, não podem ser exclusivas dos educadores e das educadores, mas de todos os seres humanos.
A instituição escolar, promotora da formação de seres humanos, é o espaço ideal e específico para que estas habilidades sejam efetivamente desenvolvidas. Deve ser o espaço em que os seres humanos ofereçam o que tem e descubram o que precisam, para fazer de sua vida um permanente exercício de solidariedade. Uma educação para a solidariedade não prega a passividade, a inércia e a submissão, mas condutas claras, sustentadas em argumentos e em conhecimento.
Tudo isto pode ser alcançado de forma mais eficiente, eficaz e efetiva através da tecnologia, de educadores e educadoras sensíveis a seus compromissos e atentos a complexidade aderida à diversidade do ambiente escolar. Estamos portanto, diante de um caminho sem volta, que nos propõe fazer do ato educativo, um permanente exercício de (re)humanização do homem e da mulher tornando-os mais solidários.
A consciência do mundo, que viabiliza a consciência de mim, inviabiliza a imutabilidade do mundo. "Paulo Freire"
Que bom que você está aqui!
É com prazer que te recebo neste espaço! Esta "casa" virtual está em permanente construção e em cada "cômodo" há uma inquietante necessidade de fazer diferente! Meus textos, relatos e imagens buscam apresentar a você os passos que constituem minha caminhada pessoal, profissional e acadêmica. A partilha que faço não intui caracterizar-se por uma postura doutrinária, autoritária ou impositiva-opressora, mas ao contrário, apresenta-se como ato solidário (jamais solitário) de contribuição à discussões humanas, planetárias e éticas!
Como educador me vejo no compromisso de participar do processo histórico de libertação dos oprimidos, marginalizados e esquecidos, a começar por mim. Despindo-me de qualquer resquício de arrogância, prepotência e soberba apresento-me como aprendente num contexto de intensa renovação de conceitos e atitudes!
Assim convido-o a juntos pensarmos em nossa condição de partícipes da grande Salvação! Salvação plena do homem e da mulher místicos, políticos e planetários!
Fraterno abraço!
Como educador me vejo no compromisso de participar do processo histórico de libertação dos oprimidos, marginalizados e esquecidos, a começar por mim. Despindo-me de qualquer resquício de arrogância, prepotência e soberba apresento-me como aprendente num contexto de intensa renovação de conceitos e atitudes!
Assim convido-o a juntos pensarmos em nossa condição de partícipes da grande Salvação! Salvação plena do homem e da mulher místicos, políticos e planetários!
Fraterno abraço!
domingo, 15 de fevereiro de 2009
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Quem sou eu
- Nilton Bruno Tomelin
- Benedito Novo, Santa Catarina, Brazil
- Sou Mestre em educação, graduado em Biologia e Matemática, professor da rede estadual de Santa Catarina, com experiência em educação a distância, ensino superior e pós-gradução. Sou autor e tutor de cursos na área da educação no Instituto Veritas (Ascurra) e na Atena Cursos (Timbó). Também tenho escrito constantemente para a Coluna "Artigo do Leitor" do "Jornal do Médio Vale" e para a revista eletrônica "Gestão Universitária". Fui diretor da EEB Frei Lucínio Korte (2003-2004) e secretário municipal da Educação e Promoção Social de Doutor Pedrinho (2005). Já atuei na rede municipal de ensino de Timbó. Em 2004 coordenei a campanha que conduziu à eleição do Prefeito Ercides Giacomozzi (PMDB) à prefeitura de Doutor Pedrinho. Em 2011 assumi pela segunda vez, a direção da EEB Frei Lucínio Korte.
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