Uma das funções mais belas e humanas da educação é a promoção da libertação de seres humanos. Esta libertação é quase um batismo. Na tradição católica costuma-se dizer que o batismo liberta do pecado original. Torna o sujeito membro de uma comunidade e por ela deverá viver! A educação libertadora surge com o propósito de romper com os grilhões que prendem o ser humano a sua bestialidade. Por bestialidade humana entende-se o caráter competitivo, agressivo, voraz e cruel que herdou-se dos instintos do passado.
O final do ano letivo para muitas crianças e adolescentes, é o momento de ganhar aquele brinquedo, fazer aquela viagem como recompensa pelo êxito de seu “esforço” nas rotinas de todo um ano, ou então de esparramar incontáveis justificativas pelo insucesso, apesar do “esforço”. Aos contemplados com a “punição” do insucesso a preocupação em justificar. Educadores, famílias e adolescentes, buscando elementos diversos para expressar culpas. Elementos de ordem médica, psicológica, mística surgem para justificar o óbvio. Não houve sintonia entre o que se ensinou, o que se aprendeu e o que realmente deve ser ensinado e aprendido.
O que se ensinou, em verdade se constitui numa repetição de enunciados que já eram conhecidos de nossos avós, com honrosas exceções. Pouco se problematiza, questiona e debate no contexto escolar. É preciso vencer conteúdos! E é bom que se diga que os educadores são induzidos a cometer este erro, por que por mais que se cobre uma educação inovadora, sabe-se que a aprovação em concursos, vestibulares, por exemplo, se dá principalmente pelo domínio dos tais enunciados.
O que se aprendeu, passa a ser materializado através de boletins, relatórios e sente-se que pretendem determinar a qualidade intelectual de crianças e adolescentes. As famílias não imaginam que seus filhos deveriam estar preparados para transformar a sociedade em que vivem, tornando-a includente e cooperativa. Em lugar de enunciados e conteúdos, valores e virtudes poderiam contribuir para a formação de sujeitos para esta nova sociedade. A maioria das crianças e adolescentes, até acreditam que seja possível e necessária esta transformação. Mas como nós educadores e pais também já tivemos este sonho, e este foi reprimido, acreditamos que devemos agir da mesma forma com eles.
Assim, o dito “esforço” corresponde a uma espécie de enquadramento, é “cair na real” como dizem. Diversidade, identidade, solidariedade e compaixão são considerados valores que enfraquecem o potencial competitivo do sujeito. E enfraquecem mesmo, pois estão diretamente ligados a cooperação, jamais a competição. O grande mérito está em ser competitivo, o melhor entre muitos. Haverá, naturalmente, um premiado e muitos punidos! O que assusta é exatamente isso: é natural que haja um vencedor e muitos derrotados!
O mérito está em ser o maior, e não o melhor! Ser o melhor não exclui, evidentemente a possibilidade de ser também o maior. Mas desta forma, para ser o melhor ( e o maior), é preciso saber partilhar, conviver, acolher e cooperar. É dar oportunidades iguais a quem é diferente. Em tempos em que a grande preocupação é com a sobrevivência do próprio planeta, incutir o espírito competitivo a aprová-los por isso, me parece a maior punição para eles e para o futuro.
O grande e verdadeiro esforço que nos resta empreender é o de libertar as futuras gerações daquilo que poderá aniquilá-las: a competição. A competição a que nos referimos, trata de um esforço em dominar a natureza, devastando florestas, solos e águas e cometendo verdadeiros genocídio contra índios, judeus e negros, para citar alguns exemplos.
Mas o que deve ser ensinado e aprendido? Há dúvidas quanto ao ensinar. Soa como se alguém pudesse transferir o que sabe. Mais do que isso, como se este saber, pudesse assumir a condição de verdade absoluta e que deva ser ensinado e aprendido sem qualquer mudança ou transformação. Em relação a aprender, é possível dizer que é um exercício que transcende a simples apreensão de informações. Trata-se de uma construção imersa em valores que permita a compreensão do individual e do coletivo, com duas dimensões que dialoguem entre si, e se forjem dialeticamente.
Assim, educadores, pais e adolescentes necessitam compreender que esforço, mérito e punição são mais do que simples palavras. Não são palavras que se aplicam a alunos em final de ano letivo, mas valores que poderão definir o futuro, inclusive a possibilidade de haver futuro! Parte da libertação que a educação poderá oferecer é a certeza de que é possível haver futuro, através da soma da diversidade de esforços.
A consciência do mundo, que viabiliza a consciência de mim, inviabiliza a imutabilidade do mundo. "Paulo Freire"
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É com prazer que te recebo neste espaço! Esta "casa" virtual está em permanente construção e em cada "cômodo" há uma inquietante necessidade de fazer diferente! Meus textos, relatos e imagens buscam apresentar a você os passos que constituem minha caminhada pessoal, profissional e acadêmica. A partilha que faço não intui caracterizar-se por uma postura doutrinária, autoritária ou impositiva-opressora, mas ao contrário, apresenta-se como ato solidário (jamais solitário) de contribuição à discussões humanas, planetárias e éticas!
Como educador me vejo no compromisso de participar do processo histórico de libertação dos oprimidos, marginalizados e esquecidos, a começar por mim. Despindo-me de qualquer resquício de arrogância, prepotência e soberba apresento-me como aprendente num contexto de intensa renovação de conceitos e atitudes!
Assim convido-o a juntos pensarmos em nossa condição de partícipes da grande Salvação! Salvação plena do homem e da mulher místicos, políticos e planetários!
Fraterno abraço!
Como educador me vejo no compromisso de participar do processo histórico de libertação dos oprimidos, marginalizados e esquecidos, a começar por mim. Despindo-me de qualquer resquício de arrogância, prepotência e soberba apresento-me como aprendente num contexto de intensa renovação de conceitos e atitudes!
Assim convido-o a juntos pensarmos em nossa condição de partícipes da grande Salvação! Salvação plena do homem e da mulher místicos, políticos e planetários!
Fraterno abraço!
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
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Quem sou eu
- Nilton Bruno Tomelin
- Benedito Novo, Santa Catarina, Brazil
- Sou Mestre em educação, graduado em Biologia e Matemática, professor da rede estadual de Santa Catarina, com experiência em educação a distância, ensino superior e pós-gradução. Sou autor e tutor de cursos na área da educação no Instituto Veritas (Ascurra) e na Atena Cursos (Timbó). Também tenho escrito constantemente para a Coluna "Artigo do Leitor" do "Jornal do Médio Vale" e para a revista eletrônica "Gestão Universitária". Fui diretor da EEB Frei Lucínio Korte (2003-2004) e secretário municipal da Educação e Promoção Social de Doutor Pedrinho (2005). Já atuei na rede municipal de ensino de Timbó. Em 2004 coordenei a campanha que conduziu à eleição do Prefeito Ercides Giacomozzi (PMDB) à prefeitura de Doutor Pedrinho. Em 2011 assumi pela segunda vez, a direção da EEB Frei Lucínio Korte.
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Um comentário:
Boa noite amigos,
Gostaria de solicitar aos colegas historiadores do qual faço parceria com links no Construindo História HOje, se possível linkarem para este post ou direto para o Construindo História Hoje.
http://construindohistoriahoje.blogspot.com/2010/12/escapando-da-seducao-liberal.html
Desde já grato pela amizade,
Leandro CHH
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