Os episódios ocorridos no Rio de Janeiro remetem a sociedade a inúmeras discussões. Discussões de ordem política, social, humana e também educacional. Após as ocupações policiais dos morros cariocas pelo Estado é preciso estabelecer estratégias para que esta ocupação seja também uma ocupação cidadã. Antes disso é preciso dizer que a criação de um verdadeiro Estado paralelo, comandado por traficantes, assassinos e outras categorias de criminosos, não é fruto do acaso.
Este comandantes são fruto da omissão, da subserviência e da incompetência do poder público que falhou primeiramente na educação e seguiu impotente em áreas como saúde, lazer e segurança. Portanto, para evitar que novos “Complexos do Alemão” surjam pelo país, já temos uma lição ensinada pelo silêncio de inocentes e pelo sangue derramado pelo martírio de cidadãos historicamente esquecidos pelo Estado.
A falta de uma educação estruturada em valores e princípios de defesa da vida, portanto éticos, se traduz em fatos abomináveis. Os fatos do Rio de Janeiro são um exemplo de absurdos que se constroem lentamente por um longo período de ausência de lei. Mas tudo isso inicia-se pela formação que se oferece a crianças e jovens. Até o momento nenhum estudo genético foi capaz de provar que qualquer ser humano nasce criminoso. Ao contrário, o que se sabe é que o ambiente e o convívio forjam o caráter e a conduta de cada ser humano.
A educação, seja ela familiar ou escolar, constitui um dos espaços privilegiados de condicionamento de posturas. Uma educação para a paz será essencialmente uma educação a favor da vida, uma educação ética. Para isso não basta apresentar à criança e ao adolescente, os fenômenos bioquímicos que permitem a uma pessoa sobreviver. Ao contrário, a complexidade que envolve o conceito de vida, exige a percepção de valores como tolerância, respeito, partilha e solidariedade. Um conceito a ser construído, portanto, como um exercício de aprendizagem em que cada ser humano compreenda que não há melhores ou piores, apenas diferentes.
Enquanto a cor da pele, a opção sexual, os gostos musicais, o tamanho da silhueta, servirem de instrumento de classificação de seres humanos seremos coniventes com tudo o que gera toda a sorte de violência. A tolerância ao intolerável faz surgir uma verdadeira legião de marginais que agridem pais e professores, torturam colegas, traficam drogas e exterminam pessoas. Além do ocorrido no Rio de Janeiro, fatos ditos isolados, ocorrem por todo o país.
A relação selvagem entre seres humanos, merece atenção nos momentos de se discutir educação e formação humanas. E uma das formas de diluir a selvageria presente e crescente em nosso contexto é apostar e principalmente investir numa nova forma de educar as pessoas. A pacificação pela educação será sempre mais segura e mais consistente. Promover a paz não significa estabelecer que cessem as divergências, os conflitos e as diferenças. Significa pura e simplesmente fazer cessar a violência manifestada através de atitudes preconceituosas, autoritárias, arrogantes e desumanas.
Afastando a violência das relações humanas é possível pensar em solidariedade, respeito, liberdade e democracia. Valores fundamentais para que se possa viver em paz. Uma paz social e planetária. Construir esta paz, pela educação é por sua vez um compromisso político e ético. Um compromisso com o futuro!
* Texto publicado na edição do Jornal do Médio Vale em 17.12.10
A consciência do mundo, que viabiliza a consciência de mim, inviabiliza a imutabilidade do mundo. "Paulo Freire"
Que bom que você está aqui!
É com prazer que te recebo neste espaço! Esta "casa" virtual está em permanente construção e em cada "cômodo" há uma inquietante necessidade de fazer diferente! Meus textos, relatos e imagens buscam apresentar a você os passos que constituem minha caminhada pessoal, profissional e acadêmica. A partilha que faço não intui caracterizar-se por uma postura doutrinária, autoritária ou impositiva-opressora, mas ao contrário, apresenta-se como ato solidário (jamais solitário) de contribuição à discussões humanas, planetárias e éticas!
Como educador me vejo no compromisso de participar do processo histórico de libertação dos oprimidos, marginalizados e esquecidos, a começar por mim. Despindo-me de qualquer resquício de arrogância, prepotência e soberba apresento-me como aprendente num contexto de intensa renovação de conceitos e atitudes!
Assim convido-o a juntos pensarmos em nossa condição de partícipes da grande Salvação! Salvação plena do homem e da mulher místicos, políticos e planetários!
Fraterno abraço!
Como educador me vejo no compromisso de participar do processo histórico de libertação dos oprimidos, marginalizados e esquecidos, a começar por mim. Despindo-me de qualquer resquício de arrogância, prepotência e soberba apresento-me como aprendente num contexto de intensa renovação de conceitos e atitudes!
Assim convido-o a juntos pensarmos em nossa condição de partícipes da grande Salvação! Salvação plena do homem e da mulher místicos, políticos e planetários!
Fraterno abraço!
domingo, 19 de dezembro de 2010
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Quem sou eu
- Nilton Bruno Tomelin
- Benedito Novo, Santa Catarina, Brazil
- Sou Mestre em educação, graduado em Biologia e Matemática, professor da rede estadual de Santa Catarina, com experiência em educação a distância, ensino superior e pós-gradução. Sou autor e tutor de cursos na área da educação no Instituto Veritas (Ascurra) e na Atena Cursos (Timbó). Também tenho escrito constantemente para a Coluna "Artigo do Leitor" do "Jornal do Médio Vale" e para a revista eletrônica "Gestão Universitária". Fui diretor da EEB Frei Lucínio Korte (2003-2004) e secretário municipal da Educação e Promoção Social de Doutor Pedrinho (2005). Já atuei na rede municipal de ensino de Timbó. Em 2004 coordenei a campanha que conduziu à eleição do Prefeito Ercides Giacomozzi (PMDB) à prefeitura de Doutor Pedrinho. Em 2011 assumi pela segunda vez, a direção da EEB Frei Lucínio Korte.
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Um comentário:
Excelente texto, Nilton. Até quando a Educação não for tratada com prioridade e seriedade no nosso país, não podemos esperar resultados diferentes destes que temos acompanhado. Como você mesmo disse, enquanto que o intolerável continuar sendo tolerado, mudar para melhor é apenas uma ilusão. É preciso que se tomem atitudes drásticas como as que as forças armadas promoveram nos morros cariocas também na área da Educação, seja por parte dos órgãos competentes ou da família, pois a escola já vem, há muito tempo, cumprindo sozinha o seu papel de ensinar e educar. A educação é o caminho que conduz a uma sociedade honesta, trabalhadora, segura e produtiva. Pode-se dizer até que a educação é uma prática preventiva ao adoecimento da sociedade. Mas enquanto não houver mais investimentos nesse tratamento preventivo, a sociedade continuará doente e colhendo os frutos do descaso.
Abraço e um ótimo fim de ano.
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