Então surge o pedagogo, encarregado de (re)conduzir o homem ao seu caminho de sabedoria. E o Homo demnens? Este parecer ser endêmico. A sabedoria fez do homem seu maior algoz, em tempos de guerra velada. A sabedoria que produziu o demente exige o pedagogo. Afinal, de que vale saber sem compreender o que fazer com o que se sabe.
Parece que saber não é sinônimo de sabedoria. Saber é apenas um detalhe para salvar o demente. Eis então que surge o pedagogo. Aquele que conduz o demente à sabedoria. Aquele mostra os caminhos, conduz. Mas mais demente será aquele que conduz insitando que o imitem. Ao contrário fazer-se imitar é atestar a própria demência; é o caminho mais curto para a auto-mediocridade. Pior que ser demente é ser demente medíocre e mediocrizante. O demente de ontem só poderá ser o pedagogo de hoje, se reconhecer seu pretérito de demência. Quando o mascara torna-se um demente medíocre pela própria falência velada.
Libertar o demente é antes de tudo um ato de amor. Um ato de esperança! Mas não é um amor romantizado, que floresce em solos pouco vitalinos. É, pois uma semente dormente que guarda profunda esperança. O pedagogo é um amante de si e dos seus. Não é também um narcisista infame, prepotente, mas um demente auto-reconhecido, sensível, tolerante, ético e dialético. Um demente incapaz de amar e esperar, nunca deixará seu status quo. Será um estático em meio ao turbilhão. Um iceberg em meio ao mais equatorial dos verões. Será reconhecido, por ser algo que ninguém será capaz de ser.
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